31 dezembro 2010

MMXI

Por fim, 2010, o ano do calendario gregoriano, que será por mim lembrado como o pior sempre. Como diria o sábio Homer Simpson: "existe sempre o conforto de poder haver um ainda pior". Ou ainda lembrar a Lei de Murphy: "não há nada tão mau, que não possa ser pior".
Comecemos pelo inicio, o desemprego ou ainda empregadores proxenetas como uma das causas primordiais desta condição, a cura ou desintoxicação da heroina pela substituição pela metadona, mudança de casa e vizinhos que no 1º debate conjugal decidem chamar a atenção para menores em perigo, e consequente ações institucionais arrastadas até á exaustão familiar, uma primavera parva, um verão quente, um outono chuvoso e frio, e outro inverno da vida. O alcoolismo genetico e a tendencia para abusos dos consumos de tabaco, café e estupidez da companheira asmática, que resultaram já em dezembro numa pneumonia, e consequente internamento. As tentativas de re-emigrar logradas, mas não findas. A perda do controle da própria vida, pela dependencia de terceiros, e quartos.
Pois bem mas nem tudo foi mau, a libertação fisica da heroina e metadona e por tal o fim da exposição e contacto com outros caroxos, e o fim da minha relação institucional com o IDT, CAT ou CRI ( SS, PSP, IEFP, IRS, FBI, UFC...). As vitórias judiciais consecutivas no processo kafkiano de desagregação do nucleo familiar. O ódio ao alcool, e a tudo o que possa mudar-me o humor, como por exemplo: as ganzas de haxe ou erva, gasosas de branca, e risquinhos da mesma, o evitar os psicadélicos por medo da verdade em mim.

Este blog viaja entre o intimo e pessoal, e o generalismo de uma visão social. Por isso mesmo, pelo apoio, comentários, seguidores, amigos e ilustres anónimos, o mudar de ano será também o virar de página no que será redigido no EXCAROXO.TK. Será também e sobretudo um espaço de reflexão pessoal e ensaios literários, mas sem nunca perder o que me fez iniciar-lo: a perda de um caderno diário na rua, logo para não voltar a acontecer o melhor será por os escritos online, deste modo também estimular-me a continuar a escrever, e perspectivar de modo sui generis a vida.
Dizer a outros que via google ou de qualquer outra forma cheguem até aqui, de que é possivel largar o cavalo se assim entenderem, é possivel, mas duro.
Por fim a tentativa de chegar a grandes publicos, e assim atingir a imortalidade através da obra.
Tenham um ano de ambições realizadas, bom 2011.

29 dezembro 2010

Mais uma ressaca

ex gringos familia
a descida á terra, via desilusão, nunca é facil. Compreendo agora, sempre tarde, de que só encontro o sentimento que permitiu a minha relação conjugal, lá no alto da consciencia sob a influencia da heroina. Com crack fumada, cuja qual ja não me permito, atinjo conversações emocionalmente muito elevadas, independentemente do interlocutor. Com a heroina, o relaxamento mental, permite-me o dialogo lucido e esclarecido.
Concerteza que o que é despoletado em mim, através da quimica e da biologia, já em mim existe, mas sublimado. Não será nada que existe nessas 2 drogas embrulhadas em saquinhos de plastico, que por si só, fale. Mas a forma como o organismo humano, e as suas bioquimicas agem em contacto, com os psicotropicos em questão.
E tal como na alegoria da caverna, eu já vi para além da minha sombra, quero dizer com isto é que sei como em mim viajar sem sair do mesmo sitio, despertar a consciencia para um nivel diferente do terreno, mesmo que seja a caminho do inferno. Daí achar que posso desculpar eventuais deslizes ou viagens, para as quais não há desculpa. E já dizia o buda numa das suas 4 verdades; de que o sofrimento existe. Mas também existem os analgésicos.

Depois da não desagregação familiar via judicial, institucional e outros, vem a implosão do nucleo familiar. Por variadas razões, cujas as quais não citarei, por respeito á sua des integridade.

10 dias sem ingerir opiaceos, seguidos de uma semana em que fumei quase diariamente.
As viagens sempre sonanbulas, até ao dealer. Ou á distancia de um telefonema a quem por alguma razao, decidiu que vender cavalo era (e é) um bom negocio.

Neste dia 29, da ressaca, apenas reminiscencias, quero passar o ano limpo, para variar.

26 dezembro 2010

Natal e ano novo

Aquele periodo estupido entre o natal e o ano novo, acontece depois da fantasia infantil, sublimada em lendas dispostas para que se acomodemos numa disposição pontual de altruísmo, e olhar á podridão da vida sem mérito, fé, ou virtuosidade. Oferecidas as prendas, recebidos os presentes, confraternizada a familia e amigos, voltamos á terra onde a magia natalicia se esvai como um nevoeiro matinal por entre os raios de sol; os sem abrigo deixam de ser noticias, as empresas param com a utilização do natal desdobradas em tecnicas de marketing, tais como doações, promoções, liquidações, descontos e prémios, de modo a parecer que se interessam por outras coisas que não sejam o lucro, as instituições de apoio social, mostram-se pintadas de rosa e azul celeste apesar do aumento da procura aos serviços prestados, devido á degradação do nível de qualidade de vida do português, e destas mesmas nas suas dificuldades financeiras, apesar da mobilização para a consciência social, e sensibilização das empresas para o bom uso dos já referidos lucros, cujos excedentes serão parcialmente doados, via consumo extra de seus produtos.
As questões do ano novo são simples: basicamente, renovar a esperança de dias melhores, conotados com uma nova fase temporal.
O resto tem a ver com onde, como e com quem passar os últimos instantes de mais uma volta ao sol. A celebração em si não passa de mais um cliché, para justificar certos comportamentos e cuja amplitude da memória mais recente, amplifica ou retrai consoante o que se deseja para nós e para os nossos, as expectativas logradas não o tornem a ser. Passa o ano, passa o êxtase.
Na TV os responsáveis políticos, repetem os discursos de natal substituindo generosidade por esperança. Alienados que estão dos efeitos das próprias ideias e práticas politicas, disfarçados de sentido de estado, a tentar colar os cacos da integridade humana pela austeridade. Nada de novo, portanto, senão datas que se celebram quase em conjunto mas por ordem consecutiva, desta feita colado ao fim de semana, num sitio onde a produtividade é um deficit, e a cultura de mérito laboral é trocada pela cunha. Emigram os melhores, portanto ou por tão pouco, restando assim as ovelhas que se deslocam ás urnas cantando o fado da própria sina.
O natal já passou, a redescoberta do seu significado foi feito: a alegria das crianças em dádivas múltiplas sem causa aparente, a minha porque não compreende o calendário ou as horas, duvida do pai natal e ainda não tem fé cristólica.
Este periodo entre o natal e ano novo, é aquele imediatamente antes do desespero de janeiro. O melhor remédio será então não entrar em euforias mesmo que a época seja propicia, para depois não entrar em depressão. Para pessimismo, já chega ver os noticiários e as opiniões jornalisticas, das agências de rating, os debates idioticos da campanha presidencial, e para quem não tem TV por cabo, os filmes repetidos tipo "sozinho em casa", e o finais de reality shows, em galas babadas de importancia vital.
Por isso, e melhor que um ano novo, é mesmo um novo ano.

21 dezembro 2010

JingóBéle

É quase natal.
Este natal, já como de costume em casas por mim habitadas, não se monta a arvore de natal, nem luzinhas, nem nada que se pareça.
Como pai, não sei como explicar, quem é o pai natal ou o menino jesus, e o que é que isso tem haver com o consumismo desenfreado, pelo subsidio de natal, ou mesmo o espirito natalicio. Por tal, ou por falta do mesmo, não haverá prendas que passa o ano a receber, como livros infantis, puzzles, jogos e brinquedos lúdicos próprios para a sua idade.
A vespera de natal, será como tradição, passada entre a casa de meu pai, mãe e sogra, que não prescindem de celebrar a familia, apesar de desagregada, continua unida por sentimentos fraternais enaltecidos pela epoca. É triste passar essas horas sozinho, isso sim. Mas eu estou-ma cagar pó natal, e para tudo o que as agencias de marketing achem que nós devamos sentir.
Não tenho dinheiro, não tenho trabalho. Livrei-me da heroina, da metadona, os unicos vicios que tenho são o tabaco, café, e roer as unhas. A esperança de dias melhores é facil, pelos dias que mais dificeis, é dificil. Chove muito, está muito frio, os amigos estão longe, a familia está farta. O sorriso aparece, só e apenas, em brincadeiras e convivio com a cria em convalescença, para que a sua inocencia e pureza não seja (mais) corrompida pela crueza da vida, que se quer ilusória como nos filmes da Disney.
Évora, 2010. Provavelmente o pior ano da minha vivida vida.
O pai natal não existe, e o jesus morreu e foi para o céu, ouvi dizer. O calendário gregoriano, é muito presunçoso, para as nossas necessidades sociais. O ideal seriam dias com 36 horas, e meses com 17 dias no máximo. Enquanto o RSI não chega, e o fazemos render em actividades ilicitas de economia paralela, aguardamos a ouvir a chuva soar nas folhas da planta á porta de casa.

19 dezembro 2010

Justa Injustiça

Das memórias mais primitivas dos textos nos livros escolares, retive um, quiçá da 2ª classe, e cujo titulo era "Justa injustiça". O texto tratava de 2 alunos que tendo que fazer um teste, na obstante de um ter copiado integralmente o trabalho do outro, e de serem virtualmente idênticos os trabalhos, um dos alunos foi avaliado com 18, e o outro com 14 valores, daí o nome justa injustiça.
Porquê esta memória? Por achar que naquilo a que chamamos justiça, não passar de pressupostos políticos.
O conjunto de leis pelo qual nos gerimos, são uma obstrução á vida virtuosa, e os valores primordiais como liberdade, inteligencia, potencial e felicidade, são apenas adjectivos subjectivos, numa sociedade que se quer submissa, ignorante e dependente do poder politico. Valores são para as ovelhas, como o pastor para a cultura geral.
Quanto mais aprendo, e apreendo através do empirismo, mais preso a uma condição social me sinto. Já nem falo na condição humana que com tanto tempo para aprender, a humanidade desaprende a viver livre e com aspirações á felicidade.
Que valores passar á minha cria? Como lhe dizer que o mundo que a rodeia é injusto? A resposta passará por lhe dar as ferramentas necessárias, para que ela possa por si, abrir caminho á sua própria felicidade e realização pessoal, como fim.
Para ser materialmente rico, é necessário ser egoista e avaro. Para ser culturalmente rico, é preciso agir como uma ovelha.
Eu hoje e sempre ovelha negra...

15 dezembro 2010

A QUEDA E ASCENÇÃO

Tal como o livro homónimo - A Queda, de Albert Camus; o juizo como profissão tem como principal objectivo a subjectividade de evidencias e como consequencia a penitencia de terceiros.
Sinto-me há demasiado em queda interior, no meu nicho familiar, e a nivel social. As unicas bolhas de ar, são as vãs esperanças de arranjar trabalho, algumas conversas de efeito retroactivo e catarsicas, e as utópicas mudanças de rumo.
Os sintomas de ressaca são basicamente nulos, mas acaba por ser escalar uma montanha com determinação, dor e coragem para alcançar o cume, gozar a paisagem, para logo de seguida vir uma avalanche celestial que nos arrasta para o ponto de onde tudo começou, ou crescer uma outra montanha, privando-nos do gozo de tal paisagem. Não sei como tudo isto começou, nem vislumbro como tudo irá findar, se findar.
Lembro-me, neste processo sinusoidal do 1º livro que li de Camus, "O mito de Sísifo" que trata de como Sisifo, desafiando os deuses penitentes, rolando continuamente uma rocha esferica para o topo de um monte, e que quando chegado ao cume, a pedra volta a rolar para a base, dando assim inicio a todo o infindável castigo: por alguma razão os deuses, tal como eu, acharam que não havia pior castigo do que o trabalho inconsequente.
O vórtice descendente, quebra-me o animo. E cada vitória como neste caso da desintoxicação, primeiro da metadona, depois da heroina, acresce-se um outro qualquer obstáculo, que me impede de celebrar.
Ontem na euforia de conseguir o trabalhinho perfeito, pelo qual ainda aguardo um telefonema, cujos requisitos seriam conhecimentos de inglês e francês, ter mais de 30 anos, ser do género masculino, e alguma experiencia prévia; ou seja a minha cara.. Pus-me nas 2h anteriores á entrevista, a estudar na Biblioteca Publica, minha vizinha, livros de conversação, de verbos, e dicionarios da lingua francesa, pois que na marcação da entrevista descobri que a senhora que gentilmente me atendeu era de nacionalidade francesa e mãe do entrevistador, para depois chegar á entrevista e nem uma palavra dessa lingua que se encontrava enferrujadissima na minha mente..enfim..

14 dezembro 2010

Outra vez a Metadona

http://gratisblogs.net/cigarro/2010/02/22/por-que-voce-deve-evitar-metadona-toxicodependencia/#comment-192

Mais um sitio onde se descreve, o efeito perigoso do presumivel tratamento com Metadona.

Évora, Praça do Giraldo 12h30. Sol, como há muito não sentia no rosto palido de doente, convalescente que não sente vontade, de cruzar com a gente, que não sabe como sente.
O cheiro da roupa aquecida rapidamente.
A ansiedade esvai-se em palavras tecladas, sentado num banco desejado por quem passa cansado.
O super heroi que encarno, sacode a vergonha, por mais uma etapa abstinente, humilde e contente.

Marés

No mesmo dia em que se planeia o ano novo cheio de droga, compra e revenda, memorias de mokas conjuntas e outros caroxos, ressaco como um cão. Só de ouvir falar, me arrepia a pele, e aviva a memória do perverso efeito da Heroina em mim.
Não posso fumar, e recair no ciclo idiota de uma moka que nunca enche a barriga, e o fumo nos pulmões e pelo sangue até ao cérebro, no prazer inerente da quimica humana em contacto com os psicotrópicos opiaceos, em vez desta ressaca que se eterniza na pele, pelas horas que não passam, o mau estar fisico, e debilidade psicológica.
Os sintomas da ressaca são como as marés, vão, vêm, voltam e revoltam.
O pico da doença já passou, assim como a vontade de voltar ao mesmo, gastar o pouco de dinheiro das prendas já antecipadas do Natal, senão em bens realmente essenciais, como comida, higiene, e conforto.
Vou tomar um indutor de sono "halcion" de modo a acordar de madrugada, levar a petiz ao infantário, e ir á entrevista de trabalho, sem andar demasiado drunfado com "xanax", cujo qual ajuda a dormir e relaxar, mas nem por isso a sair da cama com a energia própria de alguém normal com vontade e paixões.
Por mim, pelos meus(minhas), por ti, por quem quiser!
Para acabar, e como dizia o meu amigo Nietzsche: "tudo o que é feito por amor, é sempre para além do bem e do mal"

13 dezembro 2010

FILOLOGIA OPIACEA

Não é á toa que se chama Heroina, pelo que li foi lhe dado o nome porque tornava os soldados alemães que a tomavam ainda na 1ª guerra mundial, invenciveis. Mas a Heroina no caso que quero agora tratar, dá me as forças suficientes, para vencer a depressão nervosa no qual me encontro: por exemplo ir ter com familiares ou cuidar de pequena e fazer parte das brincadeiras e jogos no qual somos, em casa, constantemente solicitados.
Já não havia tocado na Heroina, há alguns meses, e depois de uma proposta para ir passear ao El Nevero, em Badajoz, deu-se o incio á derrocada, e consequente escorregadela para o gosto e prazer que a puta traz. De inicio e já com alguns dias após a libertação da Metadona, em que a ressaca orgulhosamente descrevi online, pus-me a fumar cavalo de 2 em 2 dias mais ou menos na ultima semana, daí também a vergonha de continuar o blog. Ressaco umas 30 horas muito ao de leve, contas pagas, uma discussão conjugal mais idiota a juntar a uma nota de 10 euros no bolso, e la vai o gringo á da simpatica cigana, que me avia sempre bem.
Neste momento 4h44m da manha, ja passaram mais de 50 horas a pensar seriamente, na doença omnipresente, o mau estar generalizado a nivel fisico e a fragilidade mental para resistir a ir apanhar mais uma moka de Heroina, nao é á toa que se chama heroina, penso eu, pois para a vencer tem de se ser Super-Heroi, sobretudo com responsabilidades familiares e sociais, o não poder passar os dias na cama, onde so apetece estar nestes dias, em que as horas nao passam sem pensar no que fazer para reverter a situação.
Dado que o nivel de Heroina no sangue foi minimo, a ressaca do mesmo não tem sido insuportavel com ja antes foi com espasmos musculares, parecidos aos do epiletricos, enxaquecas brutais e dores no corpo generalizadas, ao ponto de bater com os punhos na parede, para eludir o cerebro dos que nos está a acontecer, não esta ressaca tem sido suportavel, nao durmo muito e sempre faseado e leve senao quando tomo indutores de sono, com relaxantes musculares, o dia passa a ver TV ou outras merdas no computador sagradamente guardadas num disco rigido.
O apoio da unica pessoa com o qual posso contar, e cuja paciencia tambem se esgota, pois que as ressacas consecutivas das tentativas frustadas de desintoxicaçao dos opiaceos, dos amigos apenas os mais próximos cujo contacto evito, por vergonha, e para continuar a passar a imagem de pessoa forte, alegre e criativa que do qual só resta uma sombra.
Dos meus pais, o omitir uma situaçao que lhes seria devastante, mas para breve a bomba da minha, espero excaroxisse.
Nestes tempos de pressão caroxa tenho pensado na filologia dos termos Heroina, e Metadona, á qual já dei a minha observação, mas em relação ao segundo pode ser MetaMandona pelo caracter omisso da droga medicamente aceite como tratamento, mas que nao passa de um embuste a nivel de dependencia que é maior, não dá moka, a ressaca é pior, mas tem a vantagem de ser de graça, e evitar situacoes extremas como crime e prostituição por doses de Heroina.
São 5h da matina, tenho de levar a petiz ao infantario dentro de 2h, e se calhar só por isso nao consigo dormir, por ela, por vergonha  de que um dia lhe terei de dizer que ja passei por isso caroxisse, pelos meus amigos que ainda prezo como tal, e desses os poucos  que tem acompanhado o blog as minhas desculpas sinceras por mais uma desilusão.. Não é facil viver "just upon a smile".
Neste momento a ressaca não existe em mim, por exorcitar o que será publico de manha no EXCAROXO, ou porque o tempo passa e com ela a ressaca incapacitante de me fazer á vida com força, por experiencia própria creio que mais 1 dia bem ressacado e uma noite mal dormida e os aspectos fisicos da ressaca de Heroina findaram, mas depois vem a vida de novo a tentar fazer escorregar, digo eu.
Já dizia o Nietzsche: "quem atinge o seu objectivo, ultrapassa-se por isso mesmo". Vamos lá então!!

08 dezembro 2010

Familia Crónica de 4 dezembro

Nunca ninguém deveria sentir assim, encurralado numa relação de odio e des ilusão, em que a unica coisa que se aproveita, é a criatura que nasceu porque, alguém deve ter vomitado a pilula por excesso de cavalo.
A esperança, morre. As ideias fluem, como esta de descrever um estado depressivo, ou como ontem á noite em que só consegui adormecer quando passei para papel que pautei, uma ideia de um electro based funk.
Sempre vivi de paixões que se sobrepunham umas a outras, que me impeliam a ser mais do que o sorriso que mostrava, hoje só uma sombra.. porquê? Muitas vezes derrapei, como da outra vez que fui parar a Amesterdam com 20 euros no bolso e viajei de volta 17 dias depois do ponto inicial desse empreendimento, mas recuperei, pus-me de pé, e outra vez.
Da relação triangular onde coabito com S. minha (ex) companheira, e minha pequena mas robusta e instintiva filha L., sobro eu, cuja força interior é vazada ao mesmo tempo que S. o faz com vinho tinto diariamente, de L. cuja pressão deve sentir pela falta de entendimento parental, a confundem.
A 1ª vez que agi fisicamente a S., foi quando já grávida de alguns meses quis fumar crack, não o consenti, assim como não consinto que L. seja criada apenas por S., por isso vou ficando, por perto, a drenar, como se por dentro morresse.
Já em Amsterdam, com 7 meses de gravidez S., não cessou de procurar cavalo e depois de algumas banhadas de rua, lá encontra-mos um dealer, de seu cognome Jackson, um dos figurinhas daquela fabulosa urbe. Consenti o fumo, pela pressão gerada pela posição delicadissima em nos encontravamos, sem lar condigno para parir, apesar de termos quarto disponivel num squad, onde a madrinha oficial de L., minha querida P. (as minhas desculpas) habitava mas sem poder ofecerer mais do que pode.
15 dias antes de parir, S. por não haver heroina disponivel na vila onde acabamos por ir habitar o sotão com meu irmão, andei a cozer Kratom, comprado na Smartshop da zona, ao ponto de ela ser transformada em pasta onde depois de seca experimentariamos fumar na prata, o que obviamente não deu mais do que nauseas e a vontade de não voltar a repetir o feito.
2 meses depois, parir e de mudarmos para uma casa nova na cidade mais próxima Roermond, S. e eu finalmente e após algumas banhadas, lá conseguimos comprar cavalo e do bom. Mais ou menos pela mesma altura eu e J. meu mano trabalhavamos e ficou decidido que S. ficaria em casa a criar L., sem mais grandes preocupações que não fossem documentos necessários, e que com o 1º ordenado de ambos se compraria 3g de cocaina que depois de feita daria para fazermos uma festa já merecida, e assim foi. Uma noite bem passada com o dealer, um nigeriano radicado na holanda e cujos contactos em Maastricht eram de 1ª ordem, o grau de pureza da coca era brutal como muito poucas vezes apanhei, ensinamos a fumar pelo cachibo de artesanal de agua ao contrário do que por lá se faz, em cachibos simples de metal, e que depois de experimentar já nessa noite não voltou a tocar.. no total foram 6g de coca boa bem feita e bem merecida.
O bicho de S. pela heroina era visceral, e em poucos meses já tinha o dealer principal da cidade A. a dar-lhe a provar quase diariamente heroina vinda de Rotterdam, enquanto eu trabalhava. Por conversas repetidas de retroactividade da memória conjunta neste ponto não há discução em relação ao reatar do consumo diário de cavalo de S. e do meu por consequencia, a diferença era a noção de perigosidade de dependencia fisica e psiquica, que S. por burrice ou outro semelhante adjectivo, continuou; solidão afirmava.. numa casa de luxo, numa localização prevelligiada, sem compromissos que não, criar um bébé facil e saudavel e a lida do lar, contas pagas.. e mesmo assim não chegou.
Depressa o cavalo era catalizador de emoções e energia em casa, até ao ponto de não retorno, a sua abstinencia na pele.
Hoje em dia, eu abandonei o estupido programa de droga de substituição pela metadona, por amor própio e resignação, ela no programa lento de redução e resignação ao sistema.
A vida não ajuda, a politica, a economia, o ausentar-me socialmente de familia e amigos a quem evito recorrer favores, deixam-me num sentimento de abandono ao qual apenas L. me mantem colado á Vida, a incessante procura de paixões ou de uma só que fosse neste caso, o blog excaroxo cujas quase 2000 visitas em 15 dias, me deixam orgulhoso e de que ainda i´ve got the touch to touch, e não desistir.
Penso em percorrer, algumas zonas do país onde tenho familia, em especial margem sul do tejo, para me poder afastar do vortice familiar, das calunias da ex alcoolica da minha sogra T., fazem de S. uma marioneta, contra o que ela prória não conseguiu ter, uma familia decente que também fodeu em tempos, e fugir um pouco á rotina de ver S. a argumentar discursos de alguém mentecapto e que não passa de uma amostra da pessoa que um dia julguei amar, mas também a L. a quem o medo de a deixar á sorte destas 2 criaturas, placebos de si mesmas e cujo cunho em mim tem sido um fardo mais qo que uma força emergente para tentar um estado normal das coisas.
São 6h da manha e fui acordado ás 4h30m, mais uma vez pelo bafío a e pelo ronco ensurdecedor de alguém que com uma doença crónica como a asma, fuma mais cigarros, do que alguém são, deveria. Vim adormecer com ajuda de Xanax para um anexo por mim reabilitado, junto ao jardim centenário, na casa onde ainda habitamos com familia: eu, S. e L.
Enquanto escrevo esta crónica, lacrimejo por Amor esse sim puro por L., por ela me curarei, e voltarei para mais e melhor. O dia amanhece e o efeito da dor suprimida pelo xanax anoitecem-me.

03 dezembro 2010

Caroxo Pessoa

O OPIÁRIO - ÁLVARO DE CAMPOS

É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.


Esta vida de bordo há-de matar-me.
São dias só de febre na cabeça
E, por mais que procure até que adoeça,
Já não encontro a mola pra adaptar-me.

Em paradoxo e incompetência astral
Eu vivo a vincos de ouro a minha vida,
Onda onde o pundonor é uma descida
E os próprios gozos gânglios do meu mal.

É por um mecanismo de desastres,
Uma engrenagem com volantes falsos,
Que passo entre visões de cadafalsos
Num jardim onde há flores no ar, sem hastes.

Vou cambaleando através do lavor
Duma vida-interior de renda e laca.
Tenho a impressão de ter em casa a faca
Com que foi degolado o Precursor.

Ando expiando um crime numa mala,
Que um avô meu cometeu por requinte.
Tenho os nervos na forca, vinte a vinte,
E caí no ópio como numa vala.

Ao toque adormecido da morfina
Perco-me em transparências latejantes
E numa noite cheia de brilhantes,
Ergue-se a lua como a minha Sina.

Eu, que fui sempre um mau estudante, agora
Não faço mais que ver o navio ir
Pelo canal de Suez a conduzir
A minha vida, cânfora na aurora.

Perdi os dias que já aproveitara.
Trabalhei para ter só o cansaço
Que é hoje em mim uma espécie de braço
Que ao meu pescoço me sufoca e ampara.

Gostava de ter poemas e novelas
Publicados por Plon e no Mercure,
Mas é impossível que esta vida dure.
Se nesta viagem nem houve procelas!

A vida a bordo é uma coisa triste,
Embora a gente se divirta às vezes.
Falo com alemães, suecos e ingleses
E a minha mágoa de viver persiste.

Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E há só uma maneira de viver.

Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio.

Fumo. Canso. Ah uma terra aonde, enfim,
Muito a leste não fosse o oeste já!
Pra que fui visitar a Índia que há
Se não há Índia senão a alma em mim?

Sou desgraçado por meu morgadio.
Os ciganos roubaram minha Sorte.
Talvez nem mesmo encontre ao pé da morte
Um lugar que me abrigue do meu frio.

Eu fingi que estudei engenharia.
Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda.
Meu coração é uma avòzinha que anda
Pedindo esmola às portas da Alegria.

Não chegues a Port-Said, navio de ferro!
Volta à direita, nem eu sei para onde.
Passo os dias no smokink-room com o conde -
Um escroc francês, conde de fim de enterro.

Volto à Europa descontente, e em sortes
De vir a ser um poeta sonambólico.
Eu sou monárquico mas não católico
E gostava de ser as coisas fortes.

Gostava de ter crenças e dinheiro,
Ser vária gente insípida que vi.
Hoje, afinal, não sou senão, aqui,
Num navio qualquer um passageiro.

Não tenho personalidade alguma.
É mais notado que eu esse criado
De bordo que tem um belo modo alçado
De laird escocês há dias em jejum.

Não posso estar em parte alguma.
A minha Pátria é onde não estou.
Sou doente e fraco. O comissário de bordo é velhaco.
Viu-me co'a sueca...e o resto ele adivinha.

Um dia faço escândalo cá a bordo,
Só para dar que falar de mim aos mais.
Não posso com a vida, e acho fatais
As iras com que às vezes me debordo.

Levo o dia a fumar, a beber coisas,
Drogas americanas que entontecem,

E eu já tão bêbado sem nada! Dessem
Melhor cérebro aos meus nervos como rosas.


Escrevo estas linhas. Parece impossível
Que mesmo ao ter talento eu mal o sinta!
O facto é que esta vida é uma quinta
Onde se aborrece uma alma sensível.

Os ingleses são feitos pra existir.
Não há gente como esta pra estar feita
Com a Tranquilidade. A gente deita
Um vintém e sai um deles a sorrir.

Pertenço a um género de portugueses
Que depois de estar a Índia descoberta
Ficaram sem trabalho. A morte é certa.
Tenho pensado nisto muitas vezes.

Leve o diabo a vida e a gente tê-la!
Nem leio o livro à minha cabeceira.
Enoja-me o Oriente. É uma esteira
Que a gente enrola e deixa de ser bela.

Caio no ópio por força. Lá querer
Que eu leve a limpo uma vida destas
Não se pode exigir. Almas honestas
Com horas pra dormir e pra comer.

Que um raio as parta! E isto afinal é inveja.
Porque estes nervos são a minha morte.
Não haver um navio que me transporte
Para onde eu nada queira que o não veja!

Ora! Eu cansava-me o mesmo modo.
Qu'ria outro ópio mais forte pra ir de ali
Para sonhos que dessem cabo de mim
E pregassem comigo nalgum lodo.

Febre! Se isto que tenho não é febre,
Não sei como é que se tem febre e sente.
O fato essencial é que estou doente.
Está corrida, amigos, esta lebre.

Veio a noite. Tocou já a primeira
Corneta, pra vestir para o jantar.
Vida social por cima! Isso! E marchar
Até que a gente saia pla coleira!

Porque isto acaba mal e há-de haver
(Olá!) sangue e um revólver lá pró fim
Deste desassossego que há em mim
E não há forma de se resolver.

E quem me olhar, há-de-me achar banal,
A mim e à minha vida... Ora! um rapaz...
O meu próprio monóculo me faz
Pertencer a um tipo universal.

Ah quanta alma viverá, que ande metida
Assim como eu na Linha, e como eu mística!
Quantos sob a casaca característica
Não terão como eu o horror à vida?

Se ao menos eu por fora fosse tão
Interessante como sou por dentro!
Vou no Maelstrom, cada vez mais pró centro.
Não fazer nada é a minha perdição.

Um inútil. Mas é tão justo sê-lo!
Pudesse a gente desprezar os outros
E, ainda que co'os cotovelos rotos,
Ser herói, doido, amaldiçoado ou belo!

Tenho vontade de levar as mãos
À boca e morder nelas fundo e a mal.
Era uma ocupação original
E distraía os outros, os tais sãos.

O absurdo, como uma flor da tal Índia
Que não vim encontrar na Índia, nasce
No meu cérebro farto de cansar-se.
A minha vida mude-a Deus ou finde-a ...

Deixe-me estar aqui, nesta cadeira,
Até virem meter-me no caixão.
Nasci pra mandarim de condição,
Mas falta-me o sossego, o chá e a esteira.

Ah que bom que era ir daqui de caída
Pra cova por um alçapão de estouro!

A vida sabe-me a tabaco louro.
Nunca fiz mais do que fumar a vida.

E afinal o que quero é fé, é calma,
E não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isto!Abra as eclusas
E basta de comédias na minh'alma!

(No Canal de Suez, a bordo)

01 dezembro 2010

Pessoa e Nietzsche

São a par de outros os meus autores favoritos, pelo que pensaram, escreveram, por serem mais altos que os homens. As citações que se seguem, foram escolhidas de propósito para este blog, por incitarem á força, e ao ultrapassar-se a si mesmo como individuo. Também descobri, algumas semelhanças entre os dois, por entre as suas bibliotecas, leituras e estudos, assim como no ano em que nasceu Pessoa, Nietzsche editou 4 livros!
Friedrich Nietzsche

Se se quer ser alguém, deve venerar a própria sombra.
Aquilo que é feito por amor, é sempre para além do bem e do mal.
Se se tem caractér, tem-se também uma experiencia tipica própria , que    sempre se retorna.
Quando adestramos a nossa consciencia, ela beija-nos ao mesmo tempo que nos morde.
Sobre a educação. Paulatinamente, esclareceu-se para mim, a mais comum deficiencia de nosso tipo de formação e  educação:   ninguém aprende, ninguém aspira, ninguém ensina a suportar a solidão.
São de rejeitar todos os elogios: fazer só o que nos é util ou o que nos dá prazer; ou o que somos obrigados a fazer.
Erros de grandes homens.. são mais fecundos que verdades de pequenos.
Só se pode alcançar um grande exito quando nos mantemos fieis a nós prórios.
Não há factos, apenas interpretações.
Não é a força mas a constancia dos bons resultados que conduz os homens á felicidade.
O que é que te torna heróico? Ir ao mesmo tempo para além da sua maior dor e da sua maior esperança.
As vivencias terriveis fazem-nos pensar se o seu protagonista, não é ele próprio, algo de terrivel.
O homem precisa daquilo que em si há de pior se pretende alcançar o que nele existe de melhor.

Fernando Pessoa

A unica maneira de teres sensações novas é construires-te uma nova alma.
Definir o belo é não o compreender.
Gostava de estar no campo para poder gostar de estar na cidade.
Ser compreendido é prostituir-se.
Narrar é criar pois viver é apenas ser vivido.
Somos avatares da estupidez passada.
Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer.
Todo o prazer é um vicio, porque buscar prazer é o que todos fazem na vida, e o unico vicio negro é fazer o que toda a gente faz.
Odiamos o que quase somos.

30 novembro 2010

A des ilusão


Não se discute com o mal, o mal derruba-se. in distrito de évora, Eça de Queirós

Dos estudos que me foram facultados pela investigação possivel pela internet via google, (e já dizia o outro que se não se existe na 1ª pagina nos, 1ºs dez resultados não existe..) já passaram mais de 10 dias sem meter metadona no corpo que demora cerca de um mês este o eliminar, e para celebrar da depressão psicológica em que me encontro:  da inércia fisica, e das gripes da filhota e da companheira, da dificil situação económica e financeira pelo excesso de contas fixas em relação ao incoming mensal, dos processos judiciais consecutivos á minha pessoa por todas as razoes, violencia domestica, agressão á integridade fisica, comissão de proteção de menores, assistencia social, finanças e impostos, optei por voltar a montar o cavalo e esquecer o estado das coisas em meu redor. Já havia alguns meses que não apanhava uma moka de heroina, a trip relembrou-me do prazer da vitalidade e clareza de espirito, mas seria ilusão? talvez desilusão, isso sim.
Da catarse feita neste blog, e como diria o meu caro Eça "contar um mal, é voltar a sentir-lhe a amargura"
Em relação á suposta de pressão o sorriso foi-me arrancado á dentada, as amizades que correspondem, estão á distancia de uma vida também ela cheia preocupações em que as minhas representaram uma sobrecarga, e daí o silencio, o amor conjugal uma memória remota ao qual não consigo reagir, á altura dos eventos, mais a sempre presente pressão de viver. O frio, a chuva, a politica, o então tudo bem? derrubam-me, vergam-me, envergonham-me.
Só me apetece dormir, chorar, e olhar passivamente á petiz que me reclama uma parte das suas brincadeiras, conversas e sorrisos, que apesar da enfermidade que a afecta, uma colher de Ben-u-ron em 20 minutos a recompõe com sua energia própria de uma criança feliz de 3 anos.
A luta é minha, mas ás vezes apetece gritar ajuda.

28 novembro 2010

WIKI HEROINA

Simplesmente wiki: desculpem a preguiça e falta de tempo, mas a vida não é uma droga, são varias.



gostei sobretudo desta parte, parece que adivinho.. e que me leva á questão qual a diferença entre tratamento e cura no que a metadona diz respeito?

A metadona é um agonista opióide que, em comparação à heroína é bem absorvida oralmente e de forma lenta e tem uma duração de acção muito superior evitando os ciclos rápidos de intoxicação/quadro de abstinência associados à dependência de heroína. Esta substância funciona assim como um substituto com menos efeitos nefastos que a heroína embora provoque maior dependência que esta.

Até Jah.

24 novembro 2010

OBRIGADO

Obrigado a todos, na rua, via sms, email, coments, pelo carinho, pelas palavras duras e (in)justas, pelas dicas de quem já atravessou o deserto da ressaca seja da meta , seja do cavalo, dos relatos de quem escorregou e outra vez pelas mais diversas razões circunstanciais. Não quero com este blog dizer que sou o maior porque me aguentei (e ainda não acabou..) á ressaca, mas tentar reunir toda a informação disponivel sobre drogas que quando precisei de investigar, pouco ou nada havia, mais o relato in loco descritivo da ressaca de opiaceos de um ponto de vista critico, sem opiniões tipo as que vemos nos media.
Tentarei continuar a postar 1 vez por dia..

23 novembro 2010

MAIS NUMEROS

6 dias ou
144 horas ou
8640 minutos ou
518400 segundos,

Depois da ultima toma de metadona, estou fisicamente sem sinais ou sintomas de ressaca ou como diria Lennon, cold turkey. Poderei eu ainda cantar vitoria? Provavelmente não, ainda falta a parte psicologica, que foi justamente quem deu inicio a este processo de desmame, há meses que não sentia ressaca nem de heroina nem de metadona, e a titulo de comparação ás vezes apetece largar a metadona, voltar para a heroina e ressacar da heroina, pois que esta é mais intensa e de menor duração. A minha sorte ou intuição foi justamente de iniciar a redução drástrica da metadona a niveis considerados absurdos por outros caroxos com quem tinha partilhado essa experiencia. Se tenho iniciado a ressaca a tomar 80ml ou mesmo 40ml de metadona, não me teria aguentado á bomboka.
Agradeço a todos os que me apoiaram nestes ultimos dias de silencio social, e dor, nomeadamente  a minha companheira S.

COMISSAO PARA DISSUAÇÃO DA TOXICODEPENDENCIA

Há 5 anos atrás, deixei de habitar uma casa na rua do eborim, ao abandona-la também abandonei o que me era superfulo, só carregando o necessario. Não comentei com a senhoria a minha saída, para outro tecto, o que é de certo modo o meu estilo. Ela incomodada com o silencio do inquilino, decidiu chamar a policia, não fosse eu estar morto, ou algo do genero. Os senhores agentes da autoridade e da lei dos homens, deparam que para além de não estar ninguém ferido, vivo ou morto, há já alguns dias resolveram também mexer nas gavetas, não fossem eles encontrar pedaços de alguém desmembrado, encontraram sim algo que se assemelhava muito a Haxixe e que tinha o peso de 54g. Cheirava mais ou menos a haxixe, tinha a forma e pinta de ser o fruto de uma apreensão.
No que me dizia respeito, aquilo não era haxixe mas uma banhada de 100 euros, que eu havia levado há já alguns meses, mas os bófias pensavam que eu me tinha esquecido daquilo na gaveta, o que deu azo a um processo judicial.
Algumas casas por mim habitadas depois, veio a tal ordem para interrogatório á minha pessoa por tal questão, espanto o meu!
O interrogatório foi simples, a analise ao suposto haxe encontrado na casa, onde eu havia habitado, fora inconclusivo. Ao que respondi se não tinham encontrado também um saco pequeno com farinha, que poderia pela mesma ordem de ideias, ser cocaina. Assumi que de facto fumava umas ganzas, bebia copos, e era viciado em cafeina e tabaco, mas que se aquilo não era haxixe, o que estaria eu ali a fazer e qual era a acusação. Ao que responderam que a queixa seria retirada se me apresenta-se á COMISSÃO PARA A DISSUAÇÃO DA TOXICODEPENDENCIA.
No dia marcado, lá estava eu no bairro da tapada, num apartamento disfaçado de instituto, com 2 ou 3 betinhos armados em psicologos, 1 recepcionista betinha, e 1 chefe de departamento com uma postura de duro (não saberá ele que a seriedade é a mascara dos estupidos?)..náá.
A mim calhou-me uma entrevistadora pouco mais velha que eu, ao qual nada conseguiu de mim, eu não era caroxo, trabalhava, e era DJ no bar onde ela de vez em quando bebia uns copos. A minha retórica foi brilhante, no que dizia respeito á verdadeira razão da minha pessoa ali, corrobado pelos factos. Fumava ganzas, bebia alcool mas não havia nada para DISSUADIR.. e ainda conbinamos encontrar nas Amas num desses dias de funk dj´ing.
A questão é: qual a necessidade de ter esta COMISSÃO, pagar a psicologos betinhos que pouco ou nada fazem, em apartamentos alugados num dos bairros chiques da cidade?

22 novembro 2010

O FIM DA RESSACA E MERDA PRÓ CRI/CAT

Neste domingo, o tempo sinusoidal ainda nao me permite grandes veleidades urbanas, o quentinho da casa e a proximidade da cama e da privacidade na eXpressão de sintomas e sinais próprios da abstinencia da heroina ou metadona, fazem com que não apeteça muito sair do lar, sentir frio e gastar dinheiro em cafés.
As dores do corpo são quase inexistentes, os musculos não retesam violentamente, mas o desconforto fisico não ultrapassava a satisfação de estar proximo de conseguir ultrapassar esta provação.
A metadona é um veneno, um placebo. Não passa de uma droga de substituição, cuja adição institucionalizada é socialmente aceite por ser gratis, e quem a toma não anda todo maluco com as trips de heroina, e a roubar por medo da ressaca.
Em Évora o CRI/CAT é o dealer deste veneno, com enfermeiras que são menos simpaticas que os ciganos que vendem cavalo (tirando 1 excepção), e brincam aos deuses com os utentes que recorrem voluntariamente e desespero áquele serviço. A ressaca da metadona é pior, então porquê o nome de tratamento?
Obrigando os utentes a ir a um bairro limitrofe da cidade, cujo percurso a pé demora 35 a 40 minutos do centro da cidade, os autocarros para a zona são de alguma forma frequentes tipo de hora a hora, mas para isso é ter dinheiro para os montar, ou vais de carro, ou como o outro betinho caroxo de taxi. O problema será o horário de funcionamento da toma, funcionando das 9h30m até ás 13h e depois das 17h ás 19h isto de semana, se for de fim de semana, esqueçam o horário da tarde.. e autocarros.. Agora imagine-se o que fazem 6 ou 7 enfermeiros que conheci, mais 2 recepcionistas, 1 segurança, e não sei quantos pseudo-terapeutas... eu já esperei 25 minutos por alguém que teve a tomar a metadona, quando se de facto fosse eficaz o trabalho das enfermeiras(os), a toma não deveria demorar mais do que 2 a 3 minutos/pax, mas é o serviço publico que temos em Portugal. E quando alguém critica, abusam de argumentos estupidos, é ameaçado por sair do programa da toma por ser rebelde e não aceitar as regras que ninguém conhece, na minha opinião o serviço está nas mãos do mesmo cromo há demasiado tempo, mais a super-enfermeira-psicóloga-esposa-do-director João Almeida, Doroteia.
A titulo de comparação, na Holanda existem TRATAMENTOS, mais sofisticados como implatação subcutanea de um chip, que inibe o efeito da trip do cavalo, e logo a falta de querer fuma-lo.
Nesse mesmo país, é o tratamento que vem ter com o utente, no conhecido DRUG-BUS, em casos que conheci EXISTEM RESPOSTAS INTEGRADAS de facto e não só de nome como cá, como apoio a habitação social, 600 euros mensais depositados na conta dos utentes, evitando assim crime e mendicidade..enfim.. acompanhamento médico e social, feito por profissionais, não por meia duzia de individuos que vem o CRI como um biscate.
Em portugal existe o IDT Instituto da Droga e Toxicodependencia, a Comissão para a Dissuação da Toxicodependencia (sobre a qual falarei num post futuro), e agora o Centro de Respostas Integradas o já aqui tão citado CRI, que de respostas integradas pouco tem, dado o caos funcional que lhe é caracteristico, tudo isto a chupar o dinheiro dos impostos de quem os paga, para resultados nulos, de funcionários incompetentes, e de uma gestão viciada.
Mais uma noite e estou fisicamente liberto da caroxisse da metadona. E MERDA PRÓ CRI!!

20 novembro 2010

RESSACA DO CAROXO

"o que nós fazemos nunca é compreendido, mas somente louvado ou condenado" nietzsche

Como no exemplo no filme Trainspoting, na tentativa que o nosso personagem principal Renton, em que se fecha numa casa, selada por taipais pregados, e acompanhado por algumas provições, um balde para cagar, e outro para vomitar, assim quase me encontro eu: comida rapida de confeccionar, sumos, yogurts, e doces, tv, playstation e com o WC aqui ao lado. Ou, no filme da Christiane F. em que a sua ressaca foi feita no quarto com o namorado, supervisionada pela mae, mas sempre com o auxilio de *valiuns e *vinho tinto, neste caso ela até tinha refundido na escova dos cabelos um pouco de cavalo, não muito, mas que daria segundo ela para tirar um pouco das dores sentidas na altura, um pouco de duas ressacas cinematograficas,
numa pelas provisões e preparação mental noutra pelo farmacos que auxiliam a aliviar o sofrimento fisico e ansiedades/depressoes que estas situações levam a que aconteça. Eu tenho metadona em casa, mas não a quero tomar.
Pelo conjunto de factores que me levaram a reduzir de forma, dizem os especialistas e terapeutas que estudaram, impossivel; 1º pela forma com num espaço de tempo que compreende 2 ou 3 meses a reduzir a toma da metadona de 90ml para uns estaveis 12,5ml, depois porque já ando a brincar aos 5ml, até aos 8ml diarios repartidos por 4ml a meio da manhã e depois dependendo da condição fisica e psicologica em que me sinta em proporção aos deveres familiares, sociais, e instutucionais metia mais 4ml para facultar a força para os cumprir.
Pelo aniversário do meu BFF Best Friend Forever, no passado dia 18 novembro 2010 5ª feira pela 16h e quase imediatamente antes de me deslocar até a sua casa,e para dali seguir-mos para a festa tomei pela ultima vez a metadona numa quantidade minima que calculo tenha sido de 4ml. Foi festa rija com muitas emoções, alcoól e a revelação/confissão de que estive caroxo 1 ano e tal, ainda quando emigrado na Holanda/Bélgica, e que se não lho tinha dito ainda era porque o queria proteger desse sentimento de ódio, impotencia, e compaixão que alguém que nos quer tão bem tenha de levar com a caroxisse do seu melhor amigo.
 Os meus pais ainda não sabem, por exemplo, e tirando os caroxos eborigenes com os quais me tive de me cruzar no CAT/CRI, pouco mais gente sabe ou imagina esta minha condição e que agora que me sinto forte e com condições para prosseguir esta cura em definitivo da gotas de metadona que ando a tomar, e cujo efeito é mais psicolócico da não ressaca que outra coisa.
Como ja referi, 5ª feira por volta das 16h tomei 4ml e desde então não voltei a tomar, neste momento são 2h da manha de sabado para domingo e continuo convicto de que em breve não terei de acordar a precisar de metadona para me mexer, café para acordar, nem tabaco para respirar, mas uma coisa de cada vez..
Os sintomas da ressaca são: frios e calores corporais aleatórios e seus suores, e sem aparente motivo externo ou climatéico, dores nos rins, pernas, articulações em geral e nas costas, um mau estar de especie gripal, diarreias, vomitos, nauseas, colicas,  irritabilidade, e outras mudanças bruscas de humor, entre outras coisas que não consigo explicar ou descrever por ser um mau estar tão impar, que só sentido na pele é que se pode falar delas.
NÃO ME VENHA CÁ O SR. DR. DIZER O QUE LEU OU OUVIU DIZER, PORQUE SERÁ SEMPRE DEMAGOGO E POUCO PRAGMATICO, PARA ALÉM DE HIPÓCRITA E MANIENTO..
No meu caso já fiz muitas tentativas de ressacar quando era caroxo de cavalo, e o que sinto agora é apenas uma fracção do que já passei, direi eu que será pela redução de veneno (metadona) do corpo progressivamente, pois que também sempre ouvi dizer que a ressaca de metadona era pior que a da heroina. Digo eu agora pela experiencia: depende do desmame e das quantidades antes disso.
A cada hora que passa mais feliz fico por me ter conseguido aguentar, se bem que a drunfos que irei numerar de seguida, conto as horas que estou limpo da metadona e faço prognosticos para quando acordarei limpo, pelas minhas contas 2ª feira de manha.. a ver..
Para ajudar a suportar o incomodo permanente dos sintomas que se atropelam para chatear um gajo e lembra-lo da dureza deste projecto, faz-se o recurso a farmacos mais ou menos conhecidos:

*Diazepam - ajuda a parar o retezar dos musculos das perna e outros, acalmar.
*Lexotan - ajuda a relaxar a mente,e por consequencia as actividades motoras.
*Xanax - faz o mesmo que o anterior, mas de forma ligeiramente diferente.
*Lorenin - este permite durmir seguido, e profundo sem grandes chatices.
*Tabaco - o tempo passa enquanto fumamos um cigarrinho, fuma-se muito.
*Cafeina - ajuda a estar atento, para ver TV ou ler um livro, com o risco de gerar ansiendade
*Chá - tem o efeito do anterior, mas mais soft.
*Haxixe - permite a psique dar uma voltinha, distrai da merda em nos metemos.
*Amor - é quem se preocupa contigo, quem partilha o silencio, respeito pela opção de          
ressacar de vez, e quem te faz uma sandes mista ou o suminho fresco, quando não te consegues  mexer da cama.
Por esta hora já passaram 60 horas desta a ultima vez que meti uma gotas de metadona, a ressaca é
uma merda, mas estar agarrado e ser caroxo, é pior.
Para todos os que quiserem realmente saber como estou,, para quem quiser realmente ser EXCAROXO,
pode ligar-me 963224130, mas não me fodam os cornos, que eu não estou para moralismos ou
paternalismos é uma luta minha, para poder dar mais e melhor aos meus e sobretudo a minha filha L
e a minha mulher S.

18 novembro 2010

A GANZA D´ÉVORA

Como já referi, fumei a 1ª ganza aos 16 anos,e nunca havia estado tanto, como no tempo presente sem fumar haxe.
Também nunca fui muito de comprar ganzinhas a dealers de rua, sempre hiper inflaccionadas pela falta de concorrencia no mercado, meu irmao, e amigos tinham sempre que fumar, pelo prazer inerente da ganza e de estar ganzado. Eu fui sempre mais de vender. A minha antiga casinha junto á praça principal, era um meio de convergencia de muita gente, logo para depois ser referenciada pela Judite.
Normalmente só fumava quando comprava 1/4 de sabão e vendia a retalho, ultimamente 1/2 placa de polen.

Na Holanda vivi quase 2 anos por cima de um Coffeshop Skunk Roermond, cujo meu terraço tinha a saida de fumos do coffe, e era o melhor sitio da cidade para beber um café expresso, maquina de flippers e boa onda em geral.
O primeiro coffe shop que entrei foi em Weert, o melhor coffeshop foi em Maastricht, o Mississipi num barco com 2 pisos um com musica reggae e bancos altos, outro com tecno e sofás confortaveis, existe algo de especial de cada vez que entro num coffe e de cada vez tento fumar coisas novas, em especial haxe, pois que a erva pode ser demasiado adulterada ou potente..
No inicio, comprava haxe e o meu irmao erva para depois misturar, haxe afegao ou paquistanes são sempre os mais baratos, são escuros, oleosos, e facilmente moldaveis ao tacto, sabor e cheiro forte e intenso e por 3 a 4 euros pode-se comprar 1g. Por ordem de preço temos quase sempre logo a seguir o haxe marroquino, axe verde, seco, e cuja variedade pode ir de um simples Ketama, passando por um Sputnik, ou Polen chegando até ás suas variedades mais personalizadas dependendo do sitio e imaginação de onde se compra Super Polen, ou Special  Mega Totil.. Bláblá...Havia um haxe especial em Roermond que era o Skuff que não passava de erva comprimida em barrinhas.. Temos depois haxe libanes de tez avermelhada, muito forte se fresco, muito caro pela escassez. Na Holanda o haxe é muito e variado, mas caro ainda assim em termos de qualidade um haxe comprado num qualquer coffeshop, é normalmente de qualidade superior ao que se consegue em Portugal.
Na internet a informação é dubia e futil, feita por doutores e caretas que falam numa toxicodependencia de haxe ou erva coisa que não existe, e de efeitos imaginários que só com LSD se conseguiria nas melhores trips. Os efeitos para a saude são contraditorios pois nunca se fuma o haxe puro, mas com adição de tabaco este sim um veneno.

Em suma o haxe em Évora é normalmente mau, se bem que ultimamente que pode encontrar um bom polen..
Faz lembrar uma festa de aniversário conjunta alguns anos atrás , em que o actual Presidente da Camara Municipal de Évora, em campanha eleitoral junto dos jovens na Sociedade Harmonia Eborense, comeu e repetiu fatias de bolo (SPACE CAKE) com 2 linguas de ganza, enquanto pagava imperiais á malta em troca de votos...

O presidente caroxo, quem diria?

15 novembro 2010

ABOUT CRACK COCAINE

Uma das perguntas ao qual, nunca ninguém me soube responder ao longo dos anos foi de saber se a coca feita e transformada com amoniaco, ou bicarbonato (cujo PH se caracteriza por ser alcalino). A resposta veio pelo Wiki, tal como suspeitava:

 intriga é o facto de por exemplo no Brasil o crack ser mais barato do que a cocaina, o que entre nós não é uma realidade.


O problema do preço passa pela qualidade da cocaina em si, que depois de metaforseada em crack     perde peso, e o que pensariamos ser coca é apenas merda que serve para iludir a balança e o comprador..
A coca a ser boa com altas percentagens de pureza, cozida com bicarbonato de sodio e agua, ganhará peso por adição de ingredientes.
Em Évora a maioria das pessoas algumas viciadas, faz a coca com amoniaco que a torna mais agressiva no sabor e no pulmão, mas a reacção de a cozer é mais rápida dado o seu elevado PH. Há uns anos atrás, fiquei com uma mancha no pulmão visivel em RX, por causa de uma coca mal feita, mal curada, e com excesso de amoniaco, por essa vez e por outras prefiro coze-la com bicarbonato; o processo de cozedura é mais lento e mais delicado (com amoniaco pode-de cozer com lume de fogão, com bicarbonato o calor  de uma lampada será suficiente), o sabor é menos intenso, mas tem o problema de não filtrar tão bem o trigo do joio. A titulo de exemplo: A C tinha sido dada á consignia 30g de coca, ao coze-la com bicarbonato os resultados eram uma pasta que muito dificilmente endurecia, os resultados com amoniaco eram muito mais satisfatórios, a conclusão dada á posteriori era de que a "coca" era artificial e vindo de quem vinha era mais do que provavel.
Eu prefiro fumar a coca a snifa-la, ou embutida em cigarrinhos. Gosto do rush brutal que uma gasosa bem feita me proporciona, na Holanda é muito raro ve-los a fazer um cachimbo artesanal, como cá na Tuga. Fumam em cachimbinhos próprios para o efeito.. TÓTÓS!! por comparação: fumar um charro enrolado ou um bongo.

INGREDIENTES PARA UM CACHIMBO DE COCA:

1 garrafa de agua
1 elastico ou o selo da tampa
1 alfinete
1 caneta bic normal com o furinho tapado e sem carga
1 quadrado 5cm*5cm de folha de aluminio
1 pastilha elastica
Cinza de cigarro q.b.

Com um cigarro quase no fim, faça 1 buraco não muito grande na parte de cima da garrafa, de modo a meter lá o tubo da caneta e que não haja fuga de ar, se as houver, use a pastilha elástica ou outra coisa qualquer para vedar. Encha a garrafa de agua o suficiente para o fumo circular e nao chegar ao tubo da caneta. Com o alfinete fure com paciencia o quadrado de aluminio na face menos brilhante, sem rasgar e a lembrar que o fumo terá de passar por ali sem que a cinza caia. Prenda o quadrado no topo do gargalo preso pelo selo da tampa de modo a evitar fugas ou que a folha se desloque do sitio.
O cachimbo em si está pronto, agora é só concavar um pouco o pedaço de aluminio para que possa põr a cinza sem entornar o por cima desta o crack. Dá-lhe fogo e curte!

14 novembro 2010

Évora e os Caroxos

É domingo de manhã, na praça maior não há sinal de caroxisse que se descentralizou. Dos pontos de venda tradicionais, como dizia um imbecil anónimo no blog maisevora, temos: Junto ao pingo doce da BP, ao fundo do bairro da Malagueira junto ao lar, na Cruz da Picada e no bairro do Escurinho. Depois temos outros mais individuais como S, Z, etc que agem pelo contacto telefonico dado serem pouco regulares. Outra forma de os ver perfilar será passear pelo bairro das corunheiras junto ao CRI, num qualquer fim-de-semana de manha.
Em Évora não é a falta de droga o problema, será mesmo o seu contrário.
É a noite dos betinhos com a branca que um ou dois deles trouxeram, do Brasil no cú ou no corpo.. para eles e os amiguinhos num circuito fechado.
É a ganza que todos os dias vem alguem diferente saber se tenho,e/ou onde podem comprar.
E é o cavalo, que só sabes onde há se fores aos ciganos lá abaixo, onde sabes que vais levar um ferro em quantidade e qualidade e com ameaças á mistura mas elas no fundo tem bom coração.
Uma cidade que se preze deverá partilhar dos problemas que as suas grandes congéneres se debatem a toda hora, drogas, prostituição,crime, e diferenças sociais marcadas. Em relação ás drogas já disse a minha opinião, na prostituição a unica que existe é a do correio da manha nos anuncios, as questoes relativas ao status sociais são as unicas que realmente existem em Évora e com elas a fome, a incitação á violenca, alcoolismos, desemprego, mais fome.
Estou farto de Évora e do seu não ser, subir e descer a rua 5 outubro, só me enerva mais, com a inercia dos seus habitantes eborigenes que parecem os capitães de navios a afundar.
Os bons emigram, os resto naufraga.

13 novembro 2010

VISITA DE ESTUDO A BADAJOZ

Hoje lá mais para o final de tarde, irei em visita de estudo, a convite de C.
Apesar das mais recentes noticias desmantelamento de algumas das celulas de narcotrafico, como poderão ver pelo seguinte link:

datado de novembro 10 de 2010 ou seja á uns poucos de dias...
ou ainda ver este do mes passado:

mais logo terei mais coisas de ver, fumar, e mais não sei quê..
depois...

Por causa da cimeira da Nato em Lx na proxima 6ª, estão fechadas as fronteiras terrestres, o que significa maior controlo documental, no caso do meu chauffer C, poderia dar merda..

Ó Elvas, Ó Élvas, Badajoz á vista..


11 novembro 2010

CRONOLOGIA DUM EXCAROXO

Não me lembro da 1ª vez que fumei cavalo, lembro do 1º charro, cigarro, ácido, pastilha, foda, bebedeira.. uma certeza tenho, vomitei-me todo ao inalar aquele doce e castanho escorrer pegajoso na prata de SG Ventil. Sim, na altura os maços de tabaco davam para separar o papel da prata que protegia os cigarros, e que também na falta de mortalhas, fazia de cachimbo para fumar haxe. Alias, foi um desses cachimbos que a mi mama apanhou num livro escolar, que me levou a confessar de que apesar de não fumar cigarros, já fumava ganzas com os meus colegas da altura B, V, O, que numa atitude de oportunidade pararam de falar e sair comigo.
Aos 17 anos, foi a minha iniciação nas drogas, sexo, tribos sociais e outras descobertas proprias dos adolescente. Da minha familia local, ninguém tinha uma cultura de drogas, tirando o tabaco e alcool, mas a familia é numerosa e espalhada pelo mundo e como tal também tão diversa, como unida.
Aos 18 migrei para Setubal (bela vista), e depois para a margem sul do tejo(picapau amarelo), onde residiam os meus avos paternos e tios, durante essa estada na casa de meus avos, descobri que 2 dos meus tios favoritos C e L, eram toxicodependentes e que na falta de ganza fumavam cavalo e eu com eles, e apesar dos avisos, um mes a fumar diariamente agarrei-me e senti a dor da ressaca pela 1ª vez, numa noite em que segundo o relato de quem comigo durmia, que batia com os cotovelos na parede.. o resultado foi desmigrar por saudades dos meus amigos, e pelo menos 6 meses sem fumar cavalo.
Aos 19 dei inicio ao periodo psicadélico, com frequencia assidua de raves do X-Club, drogas, musica e cultura tecno.
(...)
Aos 30 anos mudei-me para a vizinhança de um antigo amigo C, que era um dos principais dealers de coca(crack) em Évora. Dando inicio a um consumo quase frequente de branca e escura, pois que não tolero fumar a coca sem acalmar com cavalo.
Aos 31 emigrei pela 4ª vez, fui pai, e agarrei-me a sério ao cavalo.
(...)
Aos 33 contarei a história neste blog.
Legenda- (...a desenvolver...)

10 novembro 2010

TRATAMENTO COM METADONA

Estrutura química da metadona.

Estrutura química da metadona
(RS)-6-dimethylamino-4,4-diphenyl-heptan-3-ona Nomenclatura IUPAC
Venho hoje iniciar o que penso da Metadona (meta).
Aquando das 1ªs tentativas de cura, procura-mos a meta naquele que se tornou o nosso dealer habitual, W, numa cidade vizinha a 12 km de onde residiamos, e ao qual chegavamos de comboio em 11 minutos, mais 15 a caminhar, até á casa onde W se encontrava instalado. O nosso dealer era demasiado inconstante para a ressaca que era pontualissima.
Compravamos lamelas de 10 comprimidos de 5mg, na altura bastava-me um comprimido para estar descançado nas proximas horas de trabalho em Maastricht.
W, tornou-se nosso amigo e juntamente com a sua namorada já passavam dias a fio numa arrecadaçao da nossa casa a fumar COCA e CAVALO, a nosso convite, e cujas condições rigidas de não fazer negocio a partir lá de casa, eram escrupulosamente por W cumpridas. Eram dias de puta loucura, diga-se de passagem.
As histórias com W serão assunto para mais tarde.. Falemos de metadona, hoje..

Os dias de metadona, faziam os dias sem dinheiro para apanhar broas de cavalo, sem ter de passar pela ressaca. Era meticulosamente tomada e sempre o minimo possivel de modo a perpetua-la sem ressacar, tinhamos os tais comprimidos e á posteriori arranjamos tambem liquida em frascos de vidro, e que segundo W seriam equivalentes a 100mg de comprimidos, ou seja 2 lamelas de 10 comprimidos de 5mg.

Mudamos para a Bélgica junto á fronteira com Maastricht, pensei eu para evitar, contactos com esse mundo toxicodependente, e tambem porque a casa era mais barata e mais proxima do meu local de trabalho, se antes teria de fazer 45 minutos de comboio, mais 14 minutos a pé, agora ia de bicicleta e o trajecto paro o emprego, e apesar de atravessar a fronteira, durava apenas 12 minutos.. O que consegui com isso foi ter de andar 1 hora de comboio até ao dealer que me esperava na estação, e apanhar o comboio logo de seguida para casa.
Ao fim de alguns meses já ia a ressacar para o trabalho, tomava-mos comprimidos para ajudar a durmir, e de cada vez que tinhamos de ir comprar cavalo eram 3 a 4 horas para ir e vir, pois que o cavalo em Maastricht era uma merda.

Ninguém das nossas relações sociais, soube da nossa condição de heroino-dependentes, e já em Portugal é uma incógnita para muitos, e já cá estou há pouco mais de um ano.
A minha mulher por sugestão de amigos e cumplices da caroxisse, fez a inscrição no CAT, ou CRI, como queiram, eu optei por tentar ressacar em casa em silencio, e deste modo não me expor aos outros caroxos, que ao CRI, iam. 3 semanas depois telefonaram, a dizer á minha mulher que já tinham vaga e que ela poderia iniciar o processo de tratamento, que por falta de dinheiro a opção que prevaleceu, foi a metadona por esta ser 100% comparticipada pelo estado.
Depois de ela passar o dia a ressacar, e a darem-lhe 10 ml de cada vez de hora a hora, 3!!! dias depois?!descobriram que a sua dose diaria era de 95ml. No CRI fazem isto, para evitar overdoses de metadona. Estupidos, se alguém pede ajuda a uma instituição, para o tratamento, demoram 3 a 4 SEMANAS, e depois ainda se metem a brincar ás ressacas e aos deuses.. Eu não evitei continuar a fumar cavalo, e comecei o tratamento 1 mes e meio depois da minha mulher, a minha dose era 90ml.
6 meses depois do inicio do tratamento, pedi a minha terapeuta para baixar a dose, pois considerava demasiado elevada, ás 17h da tarde tinha sempre muito sono, cada frasco dava para 30 a 40 horas sem ressacar, e queria dar inicio á cura propriamente dita, pois acho que só pelo facto de substituir uma droga por outra, não considero isso um tratamento. Tinha sensivelmente 1 ano e 1/2 de caroxisse e agora iria estar 10 anos a baixar a metadona, até á sua extinção do meu corpo???? NÃO!!!
Descoberto o facto de eu não tomar a metadona toda, e marcada uma consulta de urgencia, pois que a minha terapeuta estar constatemente ausente do CRI, foi decidido por outro médico, que incrédulo com a minha redução em casa, que iria reiniciar todo o processo da toma mas agora com novos valores 30ml, que seria o que estaria a tomar por esses dias mas que teria de voltar a ir ao CRI todos os dias..como castigo de andar a reduzir o veneno no corpo. Eu moro no centro da cidade e o CRI é no Bairro das Corunheiras, nááá. Caguei no programa deles, e continuei com o meu.

Já seguida um exemplo, e a pedido de várias familias e seguidores do BLOG EXCAROXO de como se fez a redução drástica da quantidade de metadona, a partir da recusa da terapeuta:

  1. Julho 90ml
  2.  Agosto 45ml
  3.  Setembro 30ml
  4.  Outubro 15ml
  5.  Novembro 10ml
  6. Agora 5 a 6 ml
A redução foi feita a olho, cada frasco foi dividido em 2 até, encontrar forma de medir, que é o caso no tempo presente, pelo que poupei, posso fazer esta auto-cura, mais uns tempos á vontade, desde que não fume cavalo, o que altera todo o trabalho e esforço por mim feito, e pela minha mulher que me ajuda.
Se precisarem de ajuda ou aconselhamento sobre o meu processo podem ligar para 963224130, na boa. Ou deixarem um comentario no blog que eu entrarei em contacto convosco se assim for o caso.

O QUE OS XULOS DO CRI DE ÉVORA QUEREM É A PERPETUAÇÃO DOS SEUS SERVIÇOS, PARA CONTINUAR A EXERCITAR  A SOBERBA DE PODER, SOBRE OS UTENTES, E NÃO ACABAR O TACHO.

09 novembro 2010

DIARIOS HEROICOS I

DIARIOS HEROICOS (cronicas manuscritas do tempo da caroxisse)

É mais de 1 ano, tentamos lembrar, quase 2 desde a primeira experiencia da ausencia, abstinencia da heroina.
Tentamos sublimar o tempo decorrido, a fim de motivar mais uma tentativa de viver, conviver, durmir sem o cavalo.
Se injectassemos, sugiro, a ressaca seria pior e se o tempo decorrido fosse maior, e citamos exemplos, tambem.
Só este ano contamos uma tentativa e meia de cura por mes, em vão o sofrimento necessario, a fim de alcançar a vida sem trips de heroina.
O aceitar o facto da condição em que nos encontramos, foi em si um passo para o caminho que escolhemos, mas porque e já o citarei, todos os factores reunidos numa conjuntura que torne a cura um sucesso. Confuso? passo a explicar; como casal excentrico, iniciamos o consumo por sexo e desinibição total de preconceitos sociais e outros estigmas.
Ainda em portugal, a regularização do consumo não se consumou por diversos factores não muitos distantes do seu contrario.
A emigração, como fuga as rotinas, foi o mesmo que tentar fugir de nós mesmos, e pesando o facto da gravidez não planeada e por força das leis anti emigração holandesas, demos em nós em mais uma pescadinha de rabo na boca,ou seja, as questoes burocraticas.
A minha mulher em casa, só com uma cria para cuidar e com um dealer a fazer uma cobaia para o novo material, de modo a saber da qualidade, cujo dito ignorava de todo.. alguém, sabiamente lhe disse para nunca provar, ao que o dealer obstinadamente correspondeu, mas a minha mulher não.. é como aquelas
crianças que só sabe mesmo quando tem a prova pela experiencia.
Ora bem contas feitas uma prova por dia, mais um pacote ao fim da tarde aquando da minha chegada do trabalho, a somar ao tedio inerente de ser dona de casa sem o desejar e que a unica forma de viajar era a via-rápida pela heroina, escorregou sem que eu, ela ou o outro se apercebecem.
A minha mulher agarrou-se, e eu a ela.

08 novembro 2010

AGORA QUE JA NAO SOU CAROXO

Da necessidade de escrever um blog, relatando a experiencia de Toxico-dependencia de HEROINA, procurar respostas onde nao as encontrei, atraves de links e informacoes que ache realmente relevantes sobre os aspectos da Caroxisse.
AGORA QUE JA NAO SOU CAROXO é o 1º post de um blog que acho necessario, como projecto ambicioso de inter-relaçao a todos os interessados, pelas mais diversas razoes, e por mim que gosto de escrever, gosto de pessoas e gosto da vida.
Tenho a minha residencia em évora, cidadezinha detestavel, em toda a gente se conhece, apesar do seu pseudo-cosmopolitismo.
Ser CAROXO em évora é algo quase impossivel, o cavalo é muito caro, e o que está constantemente disponivel é de má qualidade. É mais facil ir a Espanha, mais precisamente em Badajoz e comprar 1g por 30 euros que depois de chegado a Évora se faz 9 a 10 pacotes e o seu preço de rua é de 10 euros cada!!. Tal como refere esta noticia de Outubro 2010 no DN.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1689540&seccao=Sul

Mais, o CAT ou como é denominado agora CRI, chulam o resto da dignidade que resta a quem deles requisita um serviço de tratamento, já de seguida, farei um "copy-paste" e uma carta aberta que lhes enviei para o email:

"venho por este meio mostrar o meu descontentamento, pelo desgorverno de um servico que peca por entre muitas coisas, pelo mau atendimento geral na toma da meta, as suas demoras so agora compreendidas pelo facto da enf? doroteia? estar casada com o patrao, o que da azo a uma das queixas mais recorrentes do servico, que 'e a demora da suposta enfermeira no contacto com os utentes, que tem a mania de que a razao absoluta se senta a seu lado, quando usa, e abusa, da verborreia psicologica, cuja formacao que possui, nao a habilita a dar pseudo-consultas.
Mais, pelo facto de a maioria dos terapeutas faltarem as consultas, e no meu caso de maneira consecutiva e depois vir com a moral de ameacar que sairemos do programa quando a terapeuta vier e nos nao..
O abuso do poder, é notorio no dialogo quando interpelados pelas nossas queixas, e reclamacoes pela ineficacia de um servico que nao é prioritario por nenhum dos trabalhadores, a excepcao dos recepcionistas e segurancas, pelo facto de terem outros postos de trabalho e o CRI fica sempre para ultimo e os seus utentes, como sao toxicodependentes, podem esperar.
Tambem me gostaria de pronunciar pela perpetuacao de um tratamento em que os terapeutas numa atitude autista, nao ligam ao nossos constantes pedidos para BAIXAR A DOSE de metadona, usando das mais variadas razoes, mas sei e percebo eu que se nao houvesse caroxos nao havia necessidade de CRI e os respectivos tachos e premios."


Pois é, de onde me encontro já passaram por mim 5 ou 6 CAROXOS eborenses, nesta janela virada para a praça principal da urbe. Vejamos: ninguem arruma carros, ninguem pede esmola á excepçao do gajo na sé, e a velha cigana das esplanadas, e o Kito Cigano no antigo Casao, assaltos sao poucos e muitos deles terao origem noutros problemas de ordem social que nao a Caroxisse, tais como desemprego e fome, de onde vem o dinheiro? do turismo, do céu? o facto é que ele existe para dar de mamar, a quem vende CAVALO inflacionado pela escassez.
O blog excoroxo vem colmatar um "deficit" de infomacao concentrada e DESINFORMACAO de quem nunca sofreu na pele, a dor da ressaca, ou a trip maravilhosa que o CAVALO ou mesmo a COCA, pode trazer.
Que raiva quando na TV, aparece uma reportagem sobre a DROGA e depois ve-se alguém a enrolar um "suposto" charro.. Vivi um bom bocado da minha vida na Holanda, pais evoluido mas que apadrinhou a minha toxicodependencia. Mesmo admirando as suas politicas e informaçao de suas gentes do flagelo social, que é a toxicodependecia. Mas este assunto ficará para outra vez.
Estou excitado com o EXCAROXO, e com todas as suas possibildades.