20 setembro 2015

Métodos.. ou COMO FUMAR HEROINA

Bom dia, bom domingo e fim de semana.
A minha grande questão de hoje é como drogar cavalo?
Do meu conhecimento existem 3 formas: fumo, snife, e injecção. A minha predileção se assim se pode chamar é o fumo através do que os leigos chamam de chinesa. Com folha de alumínio, estanhar a dita com isqueiro, enrolar o tubo de modo a que não haja fugas e que se possam aproveitar os espojos.
Através de cheiro, a demanda é igual a como se faz com a coca, (algo se só vi uma pessoa a fazer, mas que infelizmente já não se encontra no mundo dos vivos). Um tubo, que pode ser uma nota ou qualquer outra matéria prima desde que enrolado o suficiente para caber na narina, fazer linhas numa superfície lisa, e, aspirar.
E por fim injectar, algo que as fobias me impedem de fazer, mas a curiosidade acabará por matar o gato.. Em breve farei um vídeo demonstrativo e espero que elucidativo o suficiente, para que as dúvidas se dissipem ao que a este processo diz respeito. Pois que injectar requer o domínio de aspectos de química e enfermagem até!

17 setembro 2015

Arrumador

Estávamos em Novembro do ano 2014, numa audiência em tribunal para decisão dos poderes paternais e quantificação da pensão de alimentos a atribuir a quem de direito. O timing não poderia ser melhor dado uma breve passagem de uma semana em regime de part-time pela telepizza cujo ordenado auferido como pizzeiro foi de 5.18€!! (descontando a farda entretanto entregue) decidi enveredar pelo ofício de arrumador de carros, nos estacionamentos junto aos hospitais.
Um camarada de fumo, meu ex companheiro de peripécias no mundo da sucata, lançou-me o desafio de com ele ir para o parque vender senhas.
Passo a explicar o funcionamento do processo; para validar o estacionamento os condutores tiram, numa máquina própria para o efeito, as senhas que lhes permite parquear até as 19h do dia pelo valor fixo de 1€, sendo que 90% das pessoas se deslocam aquele parque junto ao hospital para se dirigem ao mesmo, seja para consultas médicas ou visitas a doentes são sempre estadias breves. À saída os condutores dão nos as senhas e nós revendemos las. 
Processo simples? Aparentemente.. depende de uma série de factores alheios à nossa pessoa e acção.
A susceptibilidade própria de quem se dirige a esses estabelecimentos é deveras melindrosa, e peculiar. Os eborigenes, á excepção dos mais preguiçosos raramente desejam pagar 1euro, por minutos de estacionamento e por essa razão deslocam se a locais de estacionamento gratuito não muito distantes. Quem vem de fora e sao muitos, dado que o hospital é distrital. E estranham a forma como sao abordados á chegada e saída do parque, mas depressa se habituam e colaboram (ou nao)..
O parque tem 86 lugares, 3 para deficientes, gravidas e acompanhantes, 2 para carros eléctricos.



A vergonha inerente de ser rotulado de arrumador de carros, existe. A primeira senha que vendi foi a uma ex-namorada. Costumo dizer que estou ali para mudar o paradigma do rotulo postulado ao arrumador de carros. Que é uma troca comercial e não caridade, embora segundo a policia seja considerado crime de burla ao estado, (á camara municipal gestora do parque, atraves do S.I.T.E) e que quem conosco colabora seja por nós persuadido a cometer a burla.
Nós os arrumadores trabalhamos por turnos pré designados, numa especie de chaos organizado. (continua)




14 setembro 2015

Respigador

Aquando de uma estadia em Setúbal, em casa de famíliares, aprendi a rentabilidade de reciclar metais não preciosos, dito sucata, como meio de sustentar o vício heroínico. Muitos dos truques e meios para obtenção de cobre, latão, alumínio, e até ferro. Noites passadas em claro, em prédios devolutos, fábricas abandonadas, ou armazéns esquecidos que de outra forma nunca saberia da sua existência ou conteúdo.

Trouxe esse meio de sustentabilidade para Évora, fiz do centro histórico o meu playground..
No início dos anos 80, todo centro histórico estava ocupado, seriam cerca de 18 mil habitantes, neste momento, 30 anos depois, cerca de 5000. O que deu azo a dezennas e centenas de casas vadias, despreocupadas, abandonadas. Esquentadores, circuitos eléctricos completos prontos a serem roubados, a serem reciclados em sucata, por sua vez transformado em dinheiro, por sua vez transformada em droga, finalmente metamorfoseada em mim. Posso afirmar peremptoriamente que fui um dos pioneiros desta nova geração, ao que a sucatear a cidade diz respeito.
Milhares de quilómetros com metal às costas. Tudo por um bafo.
Encontrar forças onde não imaginaría encontrar.
Já dizia a música do Halloween "dar o rabo pra comprar cavalo".

Ainda assim, tentava agir com alguma ética e senso karmico, tentar prejudicar o mínimo possivel e tentar furtar de quem muito tivesse, uma espécie de Robin dos Bosques egoísta.
Por outro lado havia a questão da adrenalina (e o eterno retorno aos sufixos -ina), dum 'pente' bem sucedido.
A título de exemplo: o estar numa habitação devoluta há 20 anos, saber de memória que foi infantário, uma das divisões é uma capela, está escuro breu, sujo de pó e teias de arranha. Não estás só.. pela janela saiem 3 pombos assustados com a tua presença.
Sobre aventuras de respigação de sucata dava para escrever um blog aparte do ExCaroxo.

13 setembro 2015

REDUNDÂNCIAS


O blog ExCaroxo retorna.
A heroína torna se parte integrante dos dias que correm.
Há 8 anos que me assumi na figura sóciopata, com a qual agora me acomodei. Eu sou drogado, sempre fui, dependente de substâncias psicotrópicas, sou.
A vergonha, sublima se. Esvai se como o fumo de um bafo. Exorcisam se eis demónios pela escrita "blógica". Leiam me. Droguem se. Mas nunca, NUNCA se deixem agarrar.