22 novembro 2016

Para além do bem e do mal

O passeio pela cidade a noite,  é torto,  escuro e frio. Toda a realidade é aceite sem grandes premissas,  Travessa Maria de Alter, do Roque Pina e eu a precisar de mijar. Casas abandonadas sim,  malmequer não. Seguidas. Sair do Centro Histórico torna se  prioridade, o seu peso é o dos casacos antigos com pedras em todos os bolsos. Passo a passo, respira,  expira.
O frio fora das muralhas gela os ossos, uma árvore cresce dentro de uma casa sem telhado. Andar de saltos altos é estúpido nesta ou noutra calçada portuguesa. Bolhas,  calos e chulé.
A desintoxicação opiacea, faz nos parar sem deixar pensar,  os processos outrora mecanizados são agora lentos, desafiantes.
Por vezes a título de eufemismo inerente a minha condição psicossociologica, uso a metáfora do diabético que precisa de insulina para normalização, eu uso metadona. A diferença é que o diabéticos não teve opção, o heroínomano teve.  Normalmente quando dá por si, está agarrado até ao caralho,  passo a expressão.
Há 100 dias que não escrevo para o blog.
E perguntam vocês: - porquê 100 dias Paulinho?
Ao qual respondo: - apaixonei. E toda a verborreia foi canalizada via SMS, para o fruto da minha Paixão.
Agora voltei,  para vós, meus reflexos, ExCaroxo