09 novembro 2010

DIARIOS HEROICOS I

DIARIOS HEROICOS (cronicas manuscritas do tempo da caroxisse)

É mais de 1 ano, tentamos lembrar, quase 2 desde a primeira experiencia da ausencia, abstinencia da heroina.
Tentamos sublimar o tempo decorrido, a fim de motivar mais uma tentativa de viver, conviver, durmir sem o cavalo.
Se injectassemos, sugiro, a ressaca seria pior e se o tempo decorrido fosse maior, e citamos exemplos, tambem.
Só este ano contamos uma tentativa e meia de cura por mes, em vão o sofrimento necessario, a fim de alcançar a vida sem trips de heroina.
O aceitar o facto da condição em que nos encontramos, foi em si um passo para o caminho que escolhemos, mas porque e já o citarei, todos os factores reunidos numa conjuntura que torne a cura um sucesso. Confuso? passo a explicar; como casal excentrico, iniciamos o consumo por sexo e desinibição total de preconceitos sociais e outros estigmas.
Ainda em portugal, a regularização do consumo não se consumou por diversos factores não muitos distantes do seu contrario.
A emigração, como fuga as rotinas, foi o mesmo que tentar fugir de nós mesmos, e pesando o facto da gravidez não planeada e por força das leis anti emigração holandesas, demos em nós em mais uma pescadinha de rabo na boca,ou seja, as questoes burocraticas.
A minha mulher em casa, só com uma cria para cuidar e com um dealer a fazer uma cobaia para o novo material, de modo a saber da qualidade, cujo dito ignorava de todo.. alguém, sabiamente lhe disse para nunca provar, ao que o dealer obstinadamente correspondeu, mas a minha mulher não.. é como aquelas
crianças que só sabe mesmo quando tem a prova pela experiencia.
Ora bem contas feitas uma prova por dia, mais um pacote ao fim da tarde aquando da minha chegada do trabalho, a somar ao tedio inerente de ser dona de casa sem o desejar e que a unica forma de viajar era a via-rápida pela heroina, escorregou sem que eu, ela ou o outro se apercebecem.
A minha mulher agarrou-se, e eu a ela.

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