29 dezembro 2010

Mais uma ressaca

ex gringos familia
a descida á terra, via desilusão, nunca é facil. Compreendo agora, sempre tarde, de que só encontro o sentimento que permitiu a minha relação conjugal, lá no alto da consciencia sob a influencia da heroina. Com crack fumada, cuja qual ja não me permito, atinjo conversações emocionalmente muito elevadas, independentemente do interlocutor. Com a heroina, o relaxamento mental, permite-me o dialogo lucido e esclarecido.
Concerteza que o que é despoletado em mim, através da quimica e da biologia, já em mim existe, mas sublimado. Não será nada que existe nessas 2 drogas embrulhadas em saquinhos de plastico, que por si só, fale. Mas a forma como o organismo humano, e as suas bioquimicas agem em contacto, com os psicotropicos em questão.
E tal como na alegoria da caverna, eu já vi para além da minha sombra, quero dizer com isto é que sei como em mim viajar sem sair do mesmo sitio, despertar a consciencia para um nivel diferente do terreno, mesmo que seja a caminho do inferno. Daí achar que posso desculpar eventuais deslizes ou viagens, para as quais não há desculpa. E já dizia o buda numa das suas 4 verdades; de que o sofrimento existe. Mas também existem os analgésicos.

Depois da não desagregação familiar via judicial, institucional e outros, vem a implosão do nucleo familiar. Por variadas razões, cujas as quais não citarei, por respeito á sua des integridade.

10 dias sem ingerir opiaceos, seguidos de uma semana em que fumei quase diariamente.
As viagens sempre sonanbulas, até ao dealer. Ou á distancia de um telefonema a quem por alguma razao, decidiu que vender cavalo era (e é) um bom negocio.

Neste dia 29, da ressaca, apenas reminiscencias, quero passar o ano limpo, para variar.

2 comentários:

  1. Gringo, tenho acompanhado o teu blog quase todos os dias...

    Senti como se fosse eu a escrever quando dizes que passado certo tempo o cavalo se tornou o catalisador de emoções entre ti e tua mulher, comigo e com a minha foi igual...
    Neste duro Setembro e Novembro em que se deu de maneira louca, as dezenas de vezes deambuladas nas viagens ao dealer...

    É um estrago grande um casal habituar-se a estar, a ser, a parecer, com a presença de ópio no sangue... Porque nada nos acontece... Somos os maiores...
    O problema é quando ela depois falta... ou acaba o euro por mais subsídios ou rendimentos que se tenha...

    Mas deixa-me dizer-te que isso não estraga como casal... é possível voltar a estar bem e com emoção, demore algum tempo ou não, com um pouco de álcool e amigos, ou simples emoção física de casal...

    Hoje é mais um dia cinzento e de frio cá no norte, estamos limpos (sem ressacas) há cerca de 3 semanas, duas semanas sem opiácidos...
    E humildemente te digo que marquei naquele telemóvel maroto (aquele que prometi deitar fora) dos dealers, marquei à pouco por sms ir buscar dois pacotes de pó pois a minha L (chamemos-lhe L) está no dia pior de gripe que por sinal lhe peguei.
    A ideia não foi dela, eu é que sempre fui e sou o homem do leme, e timidamente para comigo disse ao espelho que só ia buscar para ela se sentir melhor, fiz o mesmo há dois dias para mim...
    Sei que não vai dar ressaca, da qual eu e ela estamos estoirados, já sem forças para aguentar mais 5 dias desse pesadelo, deus sabe como foi a última, a encharcarmo-nos em Kraptom, e a ter dias e noites de deambular pela casa num inferno que não se descreve por palavras...

    Peço desculpa se não deveria aqui escrever, se te incomodar apaga...

    Temos luz e outros bens pagos, ela trabalha, está de férias, eu tenho subsd de desemprego até Março.

    Somos um casal bonito, consumidos pelo inferno de quando se bate no fundo pela h.

    No entanto, como dizia o outro, deixar ou morrer a tentar, e digo-te, não hei-de morrer sem conseguir.

    Vou daqui a pouco sair para aquilo que já te disse, numa semi consciente tomada de posição de só ir buscar pela gripe dela, será verdade?
    Talvez se tivéssemos bem não o fosse buscar... Talvez não...
    Embora saiba que o melhor caminho é a abstinência total...

    Um grande abraço e uma entrada o melhor para vós dentro do que for possível.

    (João) nome fictício

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  2. Bom dia.
    não vais l por causa da gripe dela, vais la por ti ...eu seio o que isso é.

    Almada

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