25 dezembro 2021

Deambulações de uma moka de cavalo

 

2 anos seguidos a brincar aos traficantes, a vender para fumar. Foi o que me propus fazer: fumar o maximo que conseguisse, pois andar a gastar 25 euros numa 1\4, nao me satisfazia. Tinha tudo pronto e alinhado na minha cabeça, largava o parque onde arrumava carros e tirava mais dinheiro que os médicos cujos carros arrumava.. já fazia quase 3 meses que tinha feito a ultima cura no UDA em Olhão, uma rapariga do meu passado veio ao meu encontro para se afirmar, descobri pouco depois apaixonada por mim, trouxe me uma biblia tinha casa própria numa vila nos arredores de Évora, trabalho fixo na Misericórdia da zona como motorista geriátrica, e havia renascido cristã com uma fé evangélica, mal vista pela maioria católica que em tal comunidade habitava. Tal fé tornou-se um tópico comum e catalizador de nossas conversas de horas pelo telemóvel ou em video-chamada. Mas eu, queria descobrir o meu limite e consumir o que me apetecesse sem pensar muito nas consequencias de tal comportamento. Havia iniciado a epoca de confinamentos e eu com renda para sustentar a par de uma filhota que comigo habitava. 

2 anos de sustentabilidade, compras futeis e superfluas, roupa nova e uma férias de luxo em hote de 4*s em Peniche a 2.. 

Tão facil castelo de cartas desabar, em 2 semanas tudo acabou.. Fui apanhado com 4g de heroina ao sair de um autocarro, o ter de sair de casa onde morava por causa do andamento que havia, e mais pandemias. O que deu origem á minha reentrada no mercado de trabalho, viver de tatuagens ainda não me era posivel, embora tenha tido muitas obras realizadas, o lucro foi reenvestido em melhores materiais e ferramentas, e acresce o facto de nunca dar o passo para abrir algo ao publico, com todos os impostos e paneleirices que tal gesto me obrigaria, e por andar a consumir não conseguir ser produtivo de forma consistente e ter recusado trabalhos por não me achar em condições para executar com responsabilidade que se deseja nesta area, e eu reconhecer isso. questões de moral e ética associadas, e o brio profissional me obrigarem a repensar o modelo de labor. Só tatuo quando me apetece ou sinto que reuni as condicções necessárias para fazer um bom trabalho. 

www.paulinhotatuagem.blogspot.com ou meterem num motor de busca "paulinho tatuagem évora" marcações para 968709227

Há 4 meses comecei a trabalhar em limpezas industriais para uma pseudo empresa denominada Dinamicalegre e fazias limpezas para 2 Pingo Doces e uma oficina de motas Motospazio trabalhava 12 horas por dia o que perfazia 260 horas mensais o que deu ordenados por volta dos 950 a 1000 euros. Descobri em mim uma grande dinamica de trabalho, gosto pelo que fazia fosse limpar sanitas ou limpar motas. 

Mudei de casa, e por ironia do destino sinto me "obrigado" brincar aos dealers até recomeçar no novo trabalho como ajudante de electricista de 2a no inicio do proximo ano, para poder sustentar esta nova vida. (...)

No dia seguinte, eis de volta para mais deambulações entre cigarros seguidos, dar atenção de qualidade á minha cria, e cuidar de necessidades primarias, comer, higiene, descansar, e cuidar de quem de mim depende. Tratar de tudo o resto, da roupa lavada, estendida, seca, dobrada e arrumada após triagem por proprietários e depois por tipo de roupa. Gosto de roupa bem cuidada, pois é a nossa segunda pele e por tal, idem uma forma de sermos identificados socialmente, por exemplo fato de treino de marca, ou um fato de trabalho completo, andar de botas de biqueira de aço, ou com bata branca, capiche? 

Eu pessoalmente tenho um estilo próprio de vestir entre o confortavel e o irreverente sem demasiado impacto. gosto de combinar padrões e cores se possivel. Já a minha pequena, desde muito cedo adoptou idem um estilo pessoal, sem cair em modas pategas e teenagers, veste de preto de possivel e gosta de andar confortavel e de ténios por exemplo.

O brincar aos dealers tem a ver com ritmo, e continuidade. A descrição é teoricamente impossivel numa metropole como esta que caracterizo como aldeia grande. O que difere numa cidade para uma vila ou aldeia do ponto de vista social? Ao contrário do que geralmente se pensa, a resposta a tal questão tem a ver com relação dos seus habitantes entre si, e entre estes e a quantidade e qualidade dos serviços. Pode haver 1 milhão de habitantes mas se não há serviços de correio ou um hospital não passa de uma aldeia populosa. e se os habitantes de uma comunidade nao se conhecem entre si, isso faz com que habitem uma cidade.

vou jantar(...)


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