Eco-casa, nomos-gestão. Ou seja, e como já diziam os gregos, gestão e neste caso financeira da casa.
Desdobrado em multiplas conversas com pessoas do mundo, e também recordando a minha própria experiencia fora do espaço limitado por fronteiras, invisiveis da lua (diga-se de passagem),
-como é que possivel viver com o dinheiro que se ganha em portugal, sendo que a mesma divisa monetária é comum a todos os estados da CEE?
-porque é que o mesmo trabalho humano, é remunerado de forma tão dispar, em comparação com quase todos os parceiros comunitários?
-e ainda, o dinheiro gasto em bens de 1ª necessidade, é maior do que por exemplo na holanda, sendo que o ordenado minimo lá é de (valores referentes a 2008) 1350€?
Ora bem, façamos as contas virtuais de um casal com 1 filho em idade escolar, ambos a laborar com um ordenado normal de 500€, casa arrendada.
1000€ de rendimentos liquidos, mais o abono de familia de 30€ mensais. A isto subtraimos (e agora sim), a renda, a conta da luz água e gáz, comunicações tais como TV por cabo, internet, telefone fixo e movel, alimentação, vicios como tabaco ou café, transportes que na ausencia do carro próprio a submissão aos publicos, despesas com educação e saúde.. isto vendo as coisas pelo minimo de gastos possiveis, pois que houver carro, prestações de empréstimos contraídos ao banco ou instituições de crédito, para consumo ou habitação, aí nem quero saber como se faz..
Vende-se o ouro, continuamente valorizado, (na falta de divisa e em situação como a actual de crise financeira mundial, orçamental, de valores e de fé), as joias de familia, cuja estima e hereditariedade se esfuma nas avaliações, e na extracção do joio ornamental.
Trafica-se a alma, o corpo, droga, ou outros bens de procura de mercado de rua.
Rouba-se, não por cobiça do alheio, mas por escassez de escrúpulos, usurpados pelo turbilhão da condição humana, em que a vida se torna um jogo de sobreviver ou subviver.
Quem aprende a "viver" nestas condições, apreciará melhor o fruto da humildade ou deslumbrar-se-á com a facilidade com que se goza a vida em comunidades, onde o facto de trabalhar significa ter a dignidade de viver em paz, futuro e alegria.
Desdobrado em multiplas conversas com pessoas do mundo, e também recordando a minha própria experiencia fora do espaço limitado por fronteiras, invisiveis da lua (diga-se de passagem),
-como é que possivel viver com o dinheiro que se ganha em portugal, sendo que a mesma divisa monetária é comum a todos os estados da CEE?
-porque é que o mesmo trabalho humano, é remunerado de forma tão dispar, em comparação com quase todos os parceiros comunitários?
-e ainda, o dinheiro gasto em bens de 1ª necessidade, é maior do que por exemplo na holanda, sendo que o ordenado minimo lá é de (valores referentes a 2008) 1350€?
Ora bem, façamos as contas virtuais de um casal com 1 filho em idade escolar, ambos a laborar com um ordenado normal de 500€, casa arrendada.
1000€ de rendimentos liquidos, mais o abono de familia de 30€ mensais. A isto subtraimos (e agora sim), a renda, a conta da luz água e gáz, comunicações tais como TV por cabo, internet, telefone fixo e movel, alimentação, vicios como tabaco ou café, transportes que na ausencia do carro próprio a submissão aos publicos, despesas com educação e saúde.. isto vendo as coisas pelo minimo de gastos possiveis, pois que houver carro, prestações de empréstimos contraídos ao banco ou instituições de crédito, para consumo ou habitação, aí nem quero saber como se faz..
Vende-se o ouro, continuamente valorizado, (na falta de divisa e em situação como a actual de crise financeira mundial, orçamental, de valores e de fé), as joias de familia, cuja estima e hereditariedade se esfuma nas avaliações, e na extracção do joio ornamental.
Trafica-se a alma, o corpo, droga, ou outros bens de procura de mercado de rua.
Rouba-se, não por cobiça do alheio, mas por escassez de escrúpulos, usurpados pelo turbilhão da condição humana, em que a vida se torna um jogo de sobreviver ou subviver.
Quem aprende a "viver" nestas condições, apreciará melhor o fruto da humildade ou deslumbrar-se-á com a facilidade com que se goza a vida em comunidades, onde o facto de trabalhar significa ter a dignidade de viver em paz, futuro e alegria.
Viva caro Gringo, escreve-te de novo o João, por aqui não é tarde, cerca de meia noite e meia, não estou de insónia embora calcule que não irei adormecer cedo.
ResponderEliminarTanta coisa que tenho para te dizer, vou tentar ser explícito e sucinto para não ficar confuso e tentar fazer alguma lógica nesta nossa caminhada pela vida. Não prometo conseguir ser tão explícito como tu, pois não tenho o dom da escrita que tu tens.
Escreves mesmo muito bem, de uma maneira espectacular, directa, sentida e sincera, nem imaginas o quanto me revejo de corpo e alma em imensas coisas que descreves, vivencias, ideais e reflexões que narras. De tal maneira que fez sentar aqui e escrever uma, duas ou três horas.
Não tenho hábito de escrever, muito menos sobre algo tão intimo exposto a todos, embora de maneira anónima, o que escrevo é para ti e tua mulher, apenas e tão somente para vós.
Se alguém pretender comentar, se vier por bem faça-o, se for para o mal não me incomoda, é-me indiferente, como para o lado que eu durmo e certamente que ao gringo também.
Não tens de agradecer nada, obrigado na mesma mas o mérito é teu de teres este blog de pé, com tanta qualidade de texto, e tanta informação opiacida, que para muitos, embora essa saída esteja lá como que escondida, felizmente não têm o azar de a acordar o gigante ao darem uma vez na vida um tiro no escuro e acertarem na mouche.
Gringo, para começar vou-te falar um pouco mais de nós, eu tenho 33 anos, L tem 31, vivemos juntos acerca de 3 anos, crias ainda não há e para já não queremos.
A minha descoberta e adição com a heroína foi precoce, remonta há cerca de 16 anos atras, numa altura que nem internet havia, não existia qualquer informação.
Então na adolescência pelos 17 anos como era o rapaz da malta “com pinta” veio o tabaco, a charrada, as grandes tardes a jogar soecadas na gazeta ás aulas com muita muita charutada, muita erva algum alcool mas não se passava disso. Resumindo a minha escalada, entretanto começou a haver prata numas festas, depois o charro já não chegava, seguindo-se de chinesa todos os fins de semana e entretanto só te tava bem a dar, em cerca de um ano e meio tornou-se numa gravíssima dependência física e psicológica, se estava 6 horas sem fumar, começava logo a pele de galinha, pupila gigante, caimbras etc, escusado será dizer como foram dois anos nessa escravatura, tinha sido apanhado de surpresa, era puto, não pensava, hoje em dia quando fumo tenho consciência e luto, vejo as coisas de uma maneira diferente, sóbria, adulta, cosnciente de uma fraqueza face ao gosto de fumar pó, das endorfinas que desencadeiam no meu cérebro onde me estimula, me toca como uma pílula de força gigante para tudo o que possa fazer, seja trabalhar, ou estar num sábado à noite a fumar por pura moca com L sempre sós quando optamos por essa onda, nenhum dos nossos amigos actuais sequer imagina que fumamos chinesa e por vezes de que maneira…
(contínua a seguir)
Bom Gringo, não me baralhando a ti e a mim, estava-te a contar desde o inicio, nasci com esse vicio, pelos meus 19 anos estava completamente agarrado, nunca caldei, só branca uma ou duas vezes, de resto, sempre na prata, queimei tanta prata Gringo, o que eu queimei.
ResponderEliminarTenho um irmão mais velho, que nunca consumiu drogas, nem sequer fuma tabaco, o carma dele, a cruz dele é outra, também pesada mas nada a ver com a minha, que sei e tenho plena consciência que o meu carma é o cavalo, as drogas em si, diria até os excessos, a adição, embora já tenha gasto rios em cheiro, e curta uma branca, a minha cruz, a minha queda, predilecção é o opiacido aka cavalo sem dúvida.
Nessa altura passado pouco tempo entrei em pequenos roubos, e comecei a roubar em casa. Foi impossível os meus pais não descobrirem, aquilo na altura foi uma bomba, éramos e eles ainda são de classe média alta, aquilo foi um choque, como não havia volta a dar, (eu de facto na altura não concebia, não conseguia viver sem cavalo, era como viver sem ar, era uma adição completa, dominara-me por todo o cm do meu corpo), puseram-me fora de casa.
Vivi cerca de meio ano pela rua e fui para Lisboa onde vivi uns meses no “ex” Casal Ventoso, vi e vivi coisas que hoje em dia até penso, porra tenho mesmo sorte de aqui estar, e não estar morto ou preso ou pior.
Pelos 21 anos, foi quando um dia disse, porra, a minha namorada da altura que estava na minha cidade natal que fica ao centro de tuga chamesmos-lhe Y, a minha família, amigos, a vida que eu tinha, sempre disseram que eu era bonito, mas nunca tive grande auto estima.
Bom, nessa altura não sei bem porque deu-me uma força gigante de largar o pó, de perceber o que tinha acontecido na minha vida, de admitir um problema, e grave, onde depois de o superar e me informar em mil fontes, livros, testemunhos, tudo.
O meu cérebro aos poucos foi construindo as endorfinas (sentidos de bem estar, realização) de tudo o que eu fazia de bom na vida, namorar, guiar, amigos, conversas, desporto, foi trocando tudo isso por única e simplesmente fumar pó, ele substituía tudo, fazia tudo por mim e eu já não me importava que fosse mesmo assim…
Graças a esse click quis mesmo deixar, voltei a Y, pedi ajuda a familiares, foram impecáveis, estive internado, e andei dois anos a Antaxone e uns quantos calmantes, mas nunca nada de substituidor de opiacidos, nunca usei metadona sequer, pelo que que sei e que contaste pelos vistos a ressaca ainda é pior. Bom isto resumindo é claro, antes dessa desintoxica final, passei enormes ressacas ou por falta de euro, ou por falta de pó, ou breco, sei lá, vivi cada filme gringo que por vezes nem eu próprio acredito que fora na minha vida corrente.
Bom grande Gringo, voltei a ter a minha namorada da altura, que nunca fumara chinesa, eu nunca deixei, ela era só charradas e uns cheiros de quando a quando. Namorámos mais 6 anos, fiz Amigos com A, um grande irmão, e assim fui virando aos poucos o cérebro e voltar a preencher e dar essas endorfinas com os prazeres naturais da vida, momentos de amizade, de realização, de sucesso, e aos poucos fui esquecendo, como que adormecendo esse bicho dentro de mim, embora cheguei a sonhar que estava a fumar pó durante meses diria até durante dois anos, sonhava com a droga mas gringo nunca mais toquei no pó, fumei sempre os meus charros (sem grande vicio, sempre a ter em casa e por vezes nem me lembrar e passar dias sem fumar) e sempre bebi uns bons copos aos fins-de-semana na noite, fiz a tropa, acabei os estudos, tirei uma engenharia até, fui trabalhar para Leiria onde tive lá 7 anos, tive mais duas mulheres, já trabalhei em imensos ramos, por lá estava nos moldes, fiz uma poupança, durante uns anos até deixei de fumar charros, cerca de 4 anos, só tabaco e uns bons copos mas só ao fim de semana, durante a semana nunca bebo, é raro, felizmente a bebida para mim nunca foi problema, mas sim, tive bastantes excessos alcoólicos ao fim de semana.
ResponderEliminarTudo pacifico gringo, a heroína ficara já num passado longínquo onde já nem o sabor do caramelo, ou mexer numa prata de cozinha para embrulhar uma sandes, onde nada disso já me corroía, tinha de facto superado pá, passei anos sem me lembrar desta cabra, a maior parte dos meu Amigos, tirando os de infância, sequer imaginam que eu tivera ou tenha um problema com a heroína.
Por vezes é uma luta desleal pá, antes de te contar o resto da minha história, e já que estamos a falar dela como assunto principal aqui, não quero ser egoísta apenas de falar de mim mas também responder-te a certas coisas, ajudar-te se o conseguiur a entender as coisas, a relativizar, ás vezes basta vermos um quadro de outro lado que achamo-lo diferente.
Por ex grande gringo, quando dizes que como era possível não terem força para fazer um chá mas eram capazes de fazer n kmts para ir buscar pó. Isso explica-se ao facto por ex de tu poderes estar cansado, estoirado, mas se sentirmos perigo de vida, ameaça somos capazes de rapidamente correr que nem loucos ou fazer esforços de força enormes avassaladores, é devido ao instinto de sebrevivencia, aquando adictos gringo, numa recaída forte, o cérebro como fica que como avariado e como sabes aponta como necessidade primária consumir, logo sabendo que é para ir buscar h o cérebro manda o corpo, nem te passa as caminhadas em Lisboa nesses tempo que eu dei quase de uma ponta a outra já a ressacar que nem um cão para “arranjar” dinheiro para ir comprar e finalmente… finalmente fumar a minha prata… tungaa tungaaa tungaaaaa, era tão agarrado que nos tempos que ainda não tinha sido posto fora de casa e tinha carro fumava a conduzir na auto estrada.. Como aquilo me relaxava, desde que tivesse pó o mundo podia ruir… era tudo e quanto mais almejava na vida, gostava de tudo o resto, mas só depois de consumir, tudo era segundo plano… Agora já não permito que assim seja gringo, não o permito, embora seja por vezes uma luta de gigantes, a sobriedade, a consciência por vezes fala mais alto do que essa cabra.
Bom gringo, não te quero maçar, mas tenho de contar o resto, não toquei numa grama de pó por cerca de dez anos, dez anos gringo, tornei-me num filho exemplar, fiquei independente , como te disse tirei engenharia até, fiz grandes Amigos, sou uma pessoa com bastante sorte nisso, não muitos, mas bons, sou muito amigo do meu amigo.
ResponderEliminarNessa altura vim então a uma entrevista de trabalho aqui no Porto no ramo industrial de automóveis, um cargo bom, de chefia claro cheio de broches e apanhar na tola, cerca de 15 horas por dia, mas a ganhar bastante bem, mal eu sabia que ia voltar a encontrar-me com ela, e que as feridas do passado me iam picar como um alfinete…. Onde ia saltar de cabeça sem um capacete…
Pois é gringo, nessa altura que vim para cá (cerca de 3 anos) conheci L, uma jovem bonita, inocente e rebelde, somos muito apaixonados, e penso que por vezes isso, é mesmo um salva vidas para os 2.
Trabalhei cá um ano e meio, onde devido à ou ao que chamam de crise, nestas empresas não passam a efectivos, logo depois de 3 contratos, out, caí no desemprego mas mesmo assim a ganhar bem do subsidio.
Tinha cerca de 18 mil euros numa conta que juntei nestes anos. Bom gringo, o carrocel começou ainda a trabalhar com um colega da empresa que certas noites em casa dele começou a apresentar coca e da boa, eu sempre vi a coca como um extra, e ciente que a rainha, o perigo era o pó, o resto eram lérias, bom, o facto pá, é que então no desemprego, fartei-me de dar na coca, a cheiro.
L, fuma tabaco, bebe raramente, mas já conhecia a coca há uns anos da ex relação. O que nós cheirámos, ela nessa altura também estava desempregada, tinha dealer que vinha a minha casa, posso-te dizer que linxei uns bons 10 mil euros num ano em coca, muita festa, muito álcool também nessa altura, mas não me destruiu, para já não dava ressaca, só quando abusava dormia quase dois dias todo fodido da cabeça, mas nunca me tornei adicto, dependente químico, mas que se abusou, ai isso deu-se na fruta à brava, até que a consciência do gasto de euro, algumas discussões, e parou-se com a coca, entretanto L começou a trabalhar, salário mínimo.
Mas gringo foi por causa da coca que o cavalo voltou minha vida, como deves saber, quando a branca acaba, vem aquela ansiedade maluca, que se escapa com álcool, bom, na altura conheci outro dealer, o dealer perfeito, nem tenho de sair do carro, ou se for de mota, nem saio dela, e certo dia lembrei-me para no fim da coca numa festa que ia dar com ela, ter uma pratita para acalmar, tirar ansiedade e relaxar, e este arranja e de que maneira...
Pois foi gringo… Assim foi… Rapidamente lhe tomei o gosto, L no inicio quase não fumava, eu não lhe dava, mas não fazia sentido, aquilo era para os 2 e sempre fizemos tudo juntos, ela pediu não queria morrer burra e começou a fumar comigo, certo fim de semana fui buscar mas não para o fim da coca porque nem houve coca, mas sim ir buscar só cavalo para fumarmos os 2 em casa naquela paz aparente… no paraíso apenas de figura pintada, porque depois vem o inferno.
ResponderEliminarNão te sei dizer, talvez 2 meses a controlar a coisa, porque de facto o cavalo relaxa-me de tal maneira, seja com ela, seja quando a vou por ao trabalho e fico só em casa a olhar para as paredes, infelizmente é de facto uma droga que age em mim assim como pílula falsa, recorrente, traidora, muito muito matreira da felicidade aparente, como o jay: a puta anda à espreita, tem mil e uma caras, e por vezes uma agilidade perfeita...
Como te dizia talvez 2 meses passados, até ter a estúpida (mas lá no fundo sabia que me estava a foder mas a vontade foi mais forte) ideia de comprar 15 gramas para ter e assim de vez em quando dar para não ir sempre ao dealer, que aqui gringo, apenas mando uma msg a dizer qtas gramas, meto-me no carro faço uns kilometros não muitos e ele entra e é tudo ali, o pó felizmente ou infelizmente é muito bom, posso-te dizer que tenho de partir com a colher de chá para fazer bolhas, vem em pedra, nem sabia desse vosso termo aí para a Bea, nem sei o que é isso, por aqui é bom, aliás, se eu não soubesse disso não ia buscar, este contacto é a minha “desgraça” gringo, já estive para mandar esse tlm ao rio, só tenho lá o contacto, e sem este dificilmente arranjaria pó, pois nem vou a Aleixos ou outros ambientes, simplesmente pá, já não consigo, estou velho para isso, já passei muito.
Bom gringo, como podes imaginar, mesmo com contenção, comecei a dar no pó logo ao acordar, L nunca se agarrou tanto, evitava fumar antes de ir para o trabalho (ela só trabalha de tarde) e só dava à noite comigo, mas por vezes noites inteiras, no entanto, para fim de Novembro passado, ela já tinha de fumar antes de ir para tirar o arrepio, e a pupila muito grande e notória para outrens.
Caro gringo, foi como voltasse 10 anos atrás, mas agora, adulto, consciente, com uns pais velhotes que estão em idade de eu os levar a eles e não eles a mim…
Com uma vida feita, tenho dois carros e uma menina, a minha Yamaha R6 que ultimamente tem servido para ir buscar a h, num correrio, como uma missão a cumprir, para o transito do Porto, não há melhor, menina que precisa de uma peça cara, assim como um dos carros e onde neste momento conto os tostões, isto ficou muito mau…
Gringo, a coca levou-me quase toda a poupança e o cavalo acabou com o resto, como imaginas atrás desse saco, quando eu comecei a perceber que estava já agarrado, a reviver aquilo de dez anos atrás, sabes, quantos vieram mais a seguir, já me tinha esquecido, fui estúpido o suficiente para ter pensado, não, agora tenho cabeça.
Isto de estar desempregado gringo, ficar aqui em casa, tem dado cabe de mim, e qual a saída? Fumar uma pratinha, tlm trim trim, e lá está o João a voltar para casa com duas gramas e sendo como um cavaleiro num grande cavalo para L a chegar com pó, isto que para ela é novo, já tinha visto e tido contacto com malta agarrada ao pó, mas sentir na pele…
Ela aos poucos foi começando a gostar bastante, ficando eufórica, e tal como tu, durante uns meses o cavalo foi o catalisador, foi corpo e alma de uma relação eufórica, com muita, muita heroína…
ResponderEliminarPois é gringo, até o meu cartão de crédito ter ficado pela primeira vez a bater no fundo, onde tenho conseguido recuperar a conta aos poucos neste ultimo mês.
Foi um gasto, mas eu num acto de sobriedade nestes meses passados anotei aqui no compts todas as gramas e dias, todos os gastos no cavalo e algum na branca, e é assustador.
Foi o descalabro gringo… Até que +- duas semanas antes do Natal eu lhe disse, L vamos ter de parar e sofrer consequências. Comprámos um kit de sobrevivenci, bolos, Kraptom em tintura, ajuda bastante nas dores, duas gramas de branca (ainda deu euro para isso) para ajudar nas caimbras e a entreter nas primeiras duas noites piores.
Enfim gringo… Tu sabes o resto, e bem, não preciso de contar, foi talvez para mim o pior mês da minha vida ao ver L e eu de rastos, ela a chorar, eu chorei também, chorei pela heroína… estava apenas a um click de distancia, este até fia na boa… mas nada…
E assim foi uma desintoxicação, caminhámos, muitos banhos, vimos filmes, eu sei lá, passámos uns 5 dias gringo, como tu sabes… tive uma noite que quase pensei em chamar uma ambulância para L vi-a tão branca… Mas não foi preciso.
Bom, lá passou gringo…
Hei-de escrever mais aqui amigo… muito mais… mas por agora já me pesam os olhos… L já dorme no sofá… Já passa das 3 da matina… já escrevo há mais de 3 horas…
Hoje fumámos uma grama de tarde, temos alternado dias, ela volta ao trabalho para a semana, não estamos agarrados, ou pelo menos muito, só se for um arrepio ou “aquela” dor no musculo, foi uma semana quase diariamente mas muito pouco, não posso permitir passar isto com ela outra vez, vou retardar para fins de semana, segurar vontade, e parar por uns meses pensando eu mas com intuito de parar de vez…
Mas tem sido tão bom, proporcionado momentos de relaxamento profundo nestes dias gelados e de chuva… Sinceramente gringo não estou preocupado, ou seja não estou em panico,sei que o euro não chega para sustentar o vicio meu e L, não iremos roubar, jamais desceremos esse patamar, queremos viver, ter filhos no futuro, a solução é parar, a bem ou a mal, por vontade ou por falta de euro, mas a luta contínua… dez anos depois… aqui fica o meu testemunho caro gringo. Falaremos mais…
Partilho contigo esta eterna luta, esta saga para conquistar a nossa liberdade…
Um forte abraço… Vou vindo cá todos os dias amigo…
João (nome ficticeo)
ps-Tive de postar em 6 comentários pois o blog só permite em cada comentário 4 mil e tal letras, desculpa a extensão, abraço.