04 agosto 2025

Sophia Soneta Kassandra

 

Kassandra

Homens, barcos, batalhas e poentes,
Não sei quem, não sei onde, delirava.
E o futuro vermelho transbordava
Através das pupilas transparentes.

Ó dia de oiro sobre coisas quentes,
Os rostos tinham almas que mudavam,
E as aves estrangeiras trespassavam
As minhas mãos abertas e presentes.

Houve instantes de força e de verdade –
Era o cantar de um deus que me embalava
Enchendo o céu de sol e de saudade.

Mas não deteve a lei que me levava,
Perdida sem saber se caminhava
Entre os deuses ou entre a humanidade.

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

Fumar Crack e o luto

 O meu irmão mais novo, emigrado na Holanda ha quase 25 anos, morreu. 

Não fumava heroína, ou cocaína, apenas erva e muita tinha como plantar em casa, e estava a ficar especialista no assunto.

Sempre me criticou por "andar a cavalo" apesar da ironia do destino, por complicações de saúde tomava morfina, para cuidar das dores crónicas, e tinha problemas cardiacos. (até que ponto que a terapia de genes forçada pela plandemia, pelos governos mundiais, agravou tal condição, estarei para descobrir..)

Fomos criados por mãe solteira, fumadora de tabaco e consumidora de cerveja, que ao juntar-se em uniao de facto, nos excluiu de sua vida familiar apesar das ligações de sangue. Causando, quiça mais uma ferida que tento sarar com heroina.

O meu mano morreu a 4 de maio na noite a seguir ao seu 47 aniversário, durante o sono, em paz. O que me apraz um pouco.

E eu, desde que ele abalou para junto do Criador, comecei a fumar crack como se não houvesse amanhã, fumei o lucro do pequeno trafico com o qual me sustentei durante alguns anos entre outros meios de subsistencia tais como tatuar em casa, ou ser alfarrabista de coleccionaveis em mercados do género.

Perdi o controlo, fumei o que tinha e o que pedi emprestado, as responsabilidades parentais e contas mensais, começaram a pesar no atraso. E até perceber o mal das minhas escolhas e lidar com as consequencias, fiz o luto de perder a pessoa mais parecida comigo no mundo.

A psico terapia ajudou, mas o perceber que procurava algo nos outros que sempre existiu em mim, fez a diferença.

Hoje faz 3 meses, hoje lembrei me de exorcitar pelas palavras que convosco partilho, a dor. O que nos une, é algo crónico, para a vida, eu partilho uma migalha da minha jornada aqui.

com amor deste que bem vos quer, Paulo de Jesus

23 maio 2025

Inteligência artificial a falar sobre a culpa do toxicodependente no contexto familiar e social

 A culpa do toxicodependente no contexto familiar é frequentemente marcada por sentimentos intensos de vergonha, arrependimento e autocrítica. Muitos toxicodependentes reconhecem o impacto negativo que o seu comportamento teve sobre os seus entes queridos — desde a quebra de confiança até a destruição de laços afetivos. Essa culpa pode ser tanto uma consequência direta das ações cometidas sob o efeito das substâncias quanto um reflexo das expectativas familiares não cumpridas. Em muitos casos, essa pressão emocional aprofunda o ciclo do vício, pois a dor provocada pela culpa é aliviada temporariamente através do uso contínuo de drogas.


No contexto social, o toxicodependente também enfrenta julgamentos e estigmatização que reforçam a culpa e a exclusão. A sociedade, em geral, tende a ver a toxicodependência como uma falha moral ou uma escolha pessoal, em vez de uma doença complexa com fatores biológicos, psicológicos e sociais. Isso leva o indivíduo a sentir-se isolado, indigno de ajuda e muitas vezes marginalizado. A culpa social pode se manifestar na dificuldade de manter um emprego, nas relações interpessoais frágeis e na sensação constante de fracasso perante os padrões impostos pelo coletivo.


Entretanto, é importante reconhecer que a culpa, apesar de dolorosa, pode desempenhar um papel ambíguo no processo de recuperação. Quando trabalhada terapeuticamente, ela pode servir como ponto de partida para a responsabilização e para a reconstrução de relações danificadas. No entanto, quando excessiva ou mal gerida, pode perpetuar o sofrimento e dificultar o caminho da reabilitação. O apoio familiar e social é, portanto, essencial para transformar a culpa em motivação para a mudança, promovendo uma abordagem mais compassiva e eficaz na luta contra a toxicodependênc

ia.


Culpa

  A culpa condiciona o comportamento, senão a personalidade mesmo.


O ser tóxico dependente é uma doença, um mal social, do espectro mental, do foro comportamental, em que um desequilíbrio químico, é ajustado por factores externos. Ou seja receptores do sistema nervoso central são activados pelos opiáceos.